Em levantamento feito entre 21 países, o Brasil fica à frente apenas de Israel.
Confesso que fiquei surpreso em saber que Israel valoriza tão pouco seus professores, principalmente porque frequentemente temos notícias de avanços tecnológicos vindos diretamente de lá.
Mas o fato é que o Brasil está mal, ficou apenas na penúltima colocação entre 21 nações em um índice sobre a valorização dos professores divulgado nesta quinta-feira pela fundação internacional Varkey Gems, sediada em Londres.
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Por que 21 países? Bem, foram escolhidos países representativos de todos os maiores continentes de acordo com o desempenho nas avaliações PISA e TIMSS, que avaliam os desempenhos dos alunos em bases que permitem uma comparação entre nações. O Brasil foi o único representante da América Latina no levantamento da Varkey Gems.
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Nele, foram confrontados três temas-chave: Status do professor, percepções de seus ganhos e seu agenciamento e controle (que seria a influência de agentes, como o governo e sindicatos, na visão de quanto os professores respondem pela qualidade da educação no país).
Para verificar o status, foi perguntado com qual profissão a atividade de professor seria equivalente. Para dois terços dos países, os professores foram comparados a assistentes sociais. No Brasil, EUA, França e Turquia, as pessoas dizem que eles são similares a bibliotecários. Mas na China os entrevistados disseram acreditar que os docentes têm o mesmo status de um médico.
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E você? Encorajaria seu filho a ser um professor? A China e a Coreia do Sul são os países da pesquisa cujos pais mais encorajariam seus filhos a se tornarem professores. Mas curiosamente a Finlândia, apesar de possuir a carreira do ensino tão apreciada que só os melhores graduados competem pelas vagas (além de todos terem mestrado), é o sétimo pior país em termos de incentivos dos pais. E o Japão, país onde o imperador é que faz reverência aos professores (que deram aulas a ele), está atrás até do Brasil, que é o quarto pior nesse quesito.
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E os aprendizes respeitam o professor? China, Turquia e Singapura são os que mais respeitam. Os EUA aparecem em sexto lugar. Já o Brasil está em antepenúltimo, à frente de Israel e, pasmem, Coreia do Sul. E olhe que no país coreano muitos professores são considerados verdadeiros pop stars. Mas acredito que o tipo de desrespeito por lá é bem "aquém" do que o que aquilo que nós fazemos nossos mestres passar por aqui. Em matéria de desrespeito, creio que o Brasil tem, vergonhosamente, mais
know how.
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E quanto ao ganho do professor? Na grande maioria dos países, cerca de 95%, as pessoas julgam que os professores deveriam ganhar mais do que elas pensam que eles recebem. Porém, no Japão, EUA e França, os entrevistados acreditam que os professores ganham de 6% a 55% a mais do que o que seria justo. O Brasil é onde se registrou a maior diferença entre o que as pessoas pensam que os professores recebem e o que seria justo.
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Há uma forte tendência, em todos os países, em querer remunerar os professores de acordo com os resultados obtidos pelos alunos. No Brasil, mais de 80% concordam ou tendem a concordar que o ganho deveria estar atrelado à performance de seus pupilos. Mesmo no país que mais discorda, o percentual dos que tendem a apoiar essa tese chega a quase 60%.
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Mas quando se trata de confiar, ninguém bate o brasileiro. Em uma escala de 1 a 10 o Brasil é o que mais acredita em seus professores para entregar uma boa educação, e deu nota 7 nesse quesito, enquanto a média mundial é de 6,3.
Acesse o estudo na íntegra clicando
AQUI (em inglês).
[Via BBA]