O socialismo já existe,mas só para os ricos

A Corte de Justiça da União Europeia decidiu que um Estado pode limitar as bolsas de imigrantes intracomunitários “inativos”, suspeitos de p...

A Corte de Justiça da União Europeia decidiu que um Estado pode limitar as bolsas de imigrantes intracomunitários “inativos”, suspeitos de perseguir compensações – o chamado “turismo social”. Novamente, a imagem do pobre é associada à do aproveitador.



Nos palcos da televisão, nas tribunas que a imprensa lhes oferece, os porta-vozes da classe dominante repetem que o Estado estaria freando o espírito empreendedor, único vetor de crescimento, inovação e progresso em sua opinião. A elite, no entanto, depende muito da generosidade do Estado.

Isso começa pela garantia da propriedade privada, que repousa num oneroso sistema judiciário e policial. O Estado não se contenta em proteger as empresas contra os ataques a seus bens ou o roubo de seus produtos. A lei britânica relativa às patentes, que proíbe a exploração de uma invenção ou de um procedimento por concorrentes, foi alterada em 2013, reduzindo o custo de patentear uma inovação em toda a União Europeia para apenas 600 libras.1

Inclusive, o setor privado solicita regularmente ao Estado que financie a pesquisa e o desenvolvimento dos quais depende sua atividade. No Reino Unido, a fatura dessa forma de assistência raramente denunciada na imprensa se eleva a 10 bilhões de libras por ano, um número que cresce regularmente. Em 2012, a principal organização patronal do país, a Confederação da Indústria Britânica (Confederation of British Industry, CBI), felicitava-se por ter obtido o aumento do investimento nas “infraestruturas científicas [...] e relativas à pesquisa”, argumentando que isso permitiria ao Reino Unido “continuar atraindo empresas que investem na pesquisa, no desenvolvimento e na inovação”.2 Resumindo, graças à inovação subvencionada pelo Estado, a maré de abundância ergueria ao mesmo tempo o barquinho do trabalhador e o iate do patrão...

A economista Mariana Mazzucato estabeleceu alguns mecanismos que permitem ao setor privado se beneficiar diretamente da generosidade pública. Desde os anos 1970, por exemplo, o Conselho da Pesquisa Médica (Medical Research Council, MRC) investiga anticorpos monoclonais, utilizados no tratamento das doenças autoimunes e de alguns tipos de câncer. Ingênuo, o órgão público se felicita de ter “revolucionado a pesquisa biomédica e favorecido o surgimento de uma indústria da biotecnologia internacional liberando bilhões”.3 Ainda que tenha engendrado imensas fortunas privadas – a dos dirigentes do Facebook, por exemplo –, a internet nasceu de pesquisas financiadas pelo governo norte-americano, enquanto o World Wide Web foi criado pelo engenheiro britânico Tim Berners-Lee quando ele trabalhava no seio de uma instituição pública, a Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern). O motor de busca do Google (segunda mais importante empresa do mundo em termos de valorização na Bolsa) não existiria sem um algoritmo que foi generosamente oferecido pela Fundação Americana para a Ciência (National Science Foundation). O iPhone, da Apple, sem dúvida maravilharia menos se não concentrasse uma ampla gama de inovações financiadas pelo Estado, como as telas táteis com sistema de GPS (Global Positioning System).

Mil e um mimos

Será que os “criadores de riqueza”, que as mídias celebram como heróis modernos, poderiam viver sem as infraestruturas públicas que o Estado coloca à sua disposição, como estradas, aeroportos e ferrovias? Mesmo exigindo cada vez mais cortes nos orçamentos sociais do país, a CBI não tolera nenhuma avareza nos setores que lhe dizem respeito. Por um lado, a organização se declara “completamente favorável ao programa [do governo] de redução do déficit público” a fim de “manter a confiança dos mercados estrangeiros”: depois do exame do orçamento em 2012, a CBI celebrou a diminuição (em termos reais) dos benefícios acordados aos trabalhadores e aos desempregados. Simultaneamente, ela militou por outra amputação, a dos impostos sobre as empresas. E por que não matar dois coelhos com uma cajadada só? Assim, em 2012, logo depois do tradicional discurso de outono do ministro da Economia, George Osborne, a CBI sugeriu que as economias realizadas graças à redução dos benefícios destinados aos trabalhadores servissem para financiar “a melhoria da rede de estradas estratégicas e a redução do engarrafamento nas pequenas estradas”.

“As infraestruturas são importantes para as empresas”, declarou John Cridland, atual diretor-geral da CBI. “E a evolução de nossa rede rodoviária conta entre nossas maiores prioridades, na ótica de uma retomada da economia.”4 Mensagem recebida: em junho de 2013, o governo britânico prometia aquilo que o jornal The Guardian qualificou como “a mais importante despesa consagrada às estradas desde os anos 1970”, um valor de 28 bilhões de libras. Boa parte dos investimentos em estradas e a quase totalidade dos gastos de manutenção da rede devem-se à circulação dos caminhões pesados. O peso por eixo necessário ao transporte de mercadorias justifica o dimensionamento das obras e provoca um desgaste sem comparação com o dos carros (segundo diversos estudos, um único caminhão de 40 toneladas degrada tanto uma estrada quanto no mínimo 100 mil carros).

A rede ferroviária – cuja construção foi financiada pelo contribuinte antes de sua privatização – representa um caso exemplar. Segundo um relatório feito em 2013 pelo Centro de Pesquisas sobre a Mudança Sociocultural (Centre for Research on Socio-Cultural Change) por solicitação do Congresso dos Sindicatos Britânicos (Trades Union Congress, TUC), as despesas públicas nas redes ferroviárias foram multiplicadas por seis... desde a privatização de 1993. Segundo o documento, as empresas de exploração ferroviária se beneficiaram “de um aumento das despesas públicas a partir de 2001, quando o Estado se viu obrigado a intervir para compensar a fraqueza de seus investimentos”.5 A privatização nunca levou à melhoria prometida dos trens e das vias de ferro; a substituição do material de uso cotidiano foi acontecendo em intervalos cada vez mais longos, enquanto os trens, pouco numerosos, não respondiam mais de maneira satisfatória a uma demanda crescente. “Para empresas privadas que têm dificuldades com investimentos e tomadas de risco”, a privatização teve como principal efeito permitir “a retirada de dinheiro dos antigos ativos públicos, e isso graças às subvenções maciças do Estado.” Ainda nesse caso, o contribuinte ficou com a responsabilidade de arcar com os custos, enquanto as empresas embolsaram os lucros. Ou, retomando a expressão do relatório: “Cara, as empresas ganham; coroa, nós perdemos”. Entre 2007 e 2011, as cinco principais empresas ferroviárias britânicas receberam 3 bilhões de libras na forma de incentivos públicos. Ao longo desses quatro anos, elas lucraram mais de 500 bilhões de libras, sendo a maior parte redistribuída aos acionistas na forma de dividendos.

O Estado, porém, mima a elite de mil e uma formas diferentes. Em geral, os britânicos mais ricos desdenham o ensino público. Enviando seus filhos para estabelecimentos privados, eles se beneficiam de uma redução de impostos anual de 88 milhões de libras, porque essas escolas gozam do estatuto de órgão filantrópico. Quando levamos em conta a origem social dos alunos das escolas privadas, os resultados que elas obtêm não se revelam melhores do que os de suas homólogas públicas. Por outro lado, como observa o historiador David Kynaston, esses estabelecimentos oferecem “formidáveis redes sociais que impedem que os filhos de boa família pouco brilhantes, ou totalmente preguiçosos, fracassem”.6 Em outras palavras, os contribuintes subvencionam diretamente os privilégios de classe e a segregação social.

Ainda que as empresas dependam do trabalho qualificado de seus funcionários, elas lhes pagam cada vez menos. As remunerações médias nunca baixaram tanto desde a era vitoriana. Segundo a Resolution Foundation (um think tankde centro-esquerda), em 2009 cerca de 3,4 milhões de trabalhadores britânicos ganharam menos que o salário mínimo, ou seja, 7,20 libras por hora fora de Londres. Em 2012, esse número atingiu 4,8 milhões, dos quais um quarto das mulheres ativas (contra 18% da população feminina total três anos antes). Para sobreviver, esses trabalhadores sub-remunerados contam com um auxílio do Estado que completa seu salário líquido. O custo dessa subvenção aos salários baixos? Entre 2003 e 2011, 176,64 bilhões de libras...

Mesma lógica na área dos auxílios-moradia, que atingem 24 bilhões de libras por ano. Em 2002, 100 mil locatários londrinos recorreram a esse benefício. Ao final da era New Labour (1997-2010), quando os aluguéis estavam nas alturas, eles eram 250 mil. O número ilustra o fracasso dos governos em oferecer habitações sociais acessíveis. Já que todas as demandas não podiam ser atendidas, algumas pessoas tiveram de se dirigir para o setor mais custoso, da locação privada, e os auxílios-moradia funcionam então como uma forma de subvenção aos aluguéis elevados que exigiam os proprietários. Em outras palavras, os auxílios-moradia permitem que os baixos salários existam. Segundo um estudo realizado em 2012 pela Fundação para a Construção e as Habitações Sociais (Building and Social Housing Foundation), mais de 90% dos lares que se tornaram beneficiários durante os dois primeiros anos do governo da atual coalizão (entre conservadores e liberais democratas, eleitos em 2010) eram ativos, não desempregados.

Para concluir, a mãe de todas as subvenções: o salvamento dos bancos pelo governo britânico em 2008. Empresas privadas naufragaram por sua própria culpa, levando consigo uma parte da economia mundial. Resultado? Elas exigem que os contribuintes paguem a conta. O governo de David Cameron gastou então mais de 1 trilhão de libras para socorrer os bancos britânicos. O sistema financeiro do país se encontrou sob a perfusão de um Estado que, no entanto, ele considera “obeso” quando vem auxiliar os mais desfavorecidos.

“Socialismo para os ricos, capitalismo para os outros.” Seria realmente injusto resumir assim a ideologia da classe dominante?

Owen Jones

Autor de Chavs: The Demonization of the Working Class [Chavs: a demonização da classe trabalhadora]. Londres: Verso, 2011.


Ilustração: Alves


1 R$ 2.567 (1 libra = R$ 4,28).

2 “CBI analysis of the autumn statement 2012” [Análise CBI do pronunciamento do outono de 2012], comunicado de novembro de 2012.

3 Citado por Mariana Mazzucato em The entrepreneurial State: debunking public vs. private sector myths [O Estado empreendedor. Desmascaramento público vs. mitos do setor privado], Anthem Press, Londres, 2013.

4 “Gear change can accelerate the UK towards a 21st century road network” [Mudança de marcha pode acelerar Reino Unido em direção à rede de estradas do século XXI], comunicado da CBI de 8 de outubro de 2012.

5 “The great train robbery: rail privatisation and after” [O grande assalto a trem: privatização dos trilhos e depois], relatório do Cresc, Manchester, jun. 2013.

6 David Kynaston, “Private schools are blocking social mobility” [Escolas particulares estão bloqueando a mobilidade social], Daily Telegraph, Londres, 29 out. 2013.

Fonte: Le Monde Diplomatique
[Via BBA]

Comentários

Nome

A divulgar Abelha acessibilidade acessório Acidente Acidentes Acústica Adágios Adestramento Administração adulto Aerodinâmica Aeronáutica África Agência Brasil Agropecuária AIDS Alcoolismo Alemanha Alerta Algoritmo Alimento Alzheimer Amazon Amazônia Análise Combinatória Anatomia Android Animação Animais de Estimação Animal Antropologia apagão Apicultura Apobec App Apple Apresentação aquário Argentina Arqueologia arquitetura Arte Astrobiologia Astronomia Ativismo Áudio Audio FX Áustria Autismo Auto-ajuda Automobilismo Automóvel aventura Aviação Aviônica Bahia Balonismo Banco de Dados Beber e Dirigir biblioteconomia Bicicleta Biografia Biologia Biologia Marinha bioquímica Biotecnologia Blog Blogger Boato Bomba borderô de desconto Botânica Brasil Brasília BRIC Browser Bugs CAD Calor Câmera lenta Campanha câncer cardiologia carreira Casemods Caso Isabella Nardoni Caso Snowden Celebridades celular Células-Tronco Cérebro Charge China Cibercultura Ciclovia Cidadania Ciência Cinema Clip Cliparts Cloud computing Comédia competência Complemento de dois Comportamento Computação Computação em grade Computação forense Computação Gráfica Computação Móvel Comunicação e Marketing Concurso Concurso Cultural de Natal Concursos Público Concursos Públicos Conectômica Conspiração Consumidor Consumismo contabilidade Contos Copa do Mundo Cordel Coreia do Norte Coreia do Sul Corpo Coruja cosmética cosmologia Criança Crime Crime Digital crise crise econômica crônica crônicas Cronologia CSS Cuba Culinária Cultura Curiosidades custos fixo custos variáveis Dança DAO Darwin Decoração demência Demografia Denúncia Dermatologia Desastre Natural Descoberta desconto duplicatas Desenho instrucional Desenvolvimento de jogos Design Dia das Mães Dia do professor diabetes Dica Dicas Didática Dieta diplomacia Direito Direito Eleitoral Direito Internacional Direito Tributário Direitos Humanos Disney Distrito Federal Documentário Doutorado download Drogas e-Book e-governo Ecologia economia Editoração Eletrônica Educação Educação a Distância educação física Educação sexual Efeitos Sonoros Egiptologia Eleições Eleições 2014 Eletricidade eletrônica empreendedorismo enciclopédia endocrinologia Enem Energia Energia Alternativa Energia Nuclear Engenharia Engenharia Civil Engenharia de materiais Engenharia de Software Engenharia Genética Engenharia Mecânica Enretenimento Ensino a Distância Ensino Superior Entomologia Entretenimento Entrevista Epidemiologia Equador Escândalo Escritório Espaço Espanha Espanhol Espeleologia Espetáculo Espionagem Esporte Estação Estágio Estatísticas estrutura de dados Ética EUA Evento Evolução Exercícios físicos Exobiologia experiência fábulas Facebook Farmacologia Favo featured Feminismo Férias Ferramentas FIFA Filantropia Filmes Filosofia Firefox Física Física Quântica Fisiologia Fisioterapia Flagrante Flamengo Folclore Fome Fonoaudiologia Fotografia Fotos em 360 graus França Francês frases Fraude Freeware Futebol Futurologia gadget Gafe Gastroenterologia Gastronomia Geek Genética Geofísica Geografia Geologia Geometria geopolítica Geriatria Gestão de Configuração Gestão de Projetos Gestão do conhecimento Ginecologia Glass Google Governo GPS Gradiente gramática Gravidez Grécia Grécia Antiga Guerra Guinness H2 Haiti hardware História HIV homenagem Horologia HPV HTML Humor Humor Negro IBM ICIJ Idioma IHC ilo ilusão ilusão de óptica ilusão de ótica ilusionismo Imagem 3D Imagens Imagine Cup Império Romano Imprensa Impressora 3D Incêndio Inclusão digital Índia Índios Infectologia Infográfico Informática Inglaterra Inglês Inovação Inteligência Artificial interativo Interface Interface Homem-Computador Interfaces Hápticas Internacional Internacionalização da Amazônia Internet Inundação Invenção Inventos iPad IPEA iphone Irã Iraque Israel Japão Java Java. jogos Jogos educativos Jogos Olímpicos Jornalismo Justiça Kinect Le Monde Diplomatique Brasil Letras Lexicografia Liderança Life Hacking Linguística Literatura Livro Lógica Logística Lua Maçonaria Malásia Malvinas Malware Mapa Mapas Marte Mastologia Matemática Matemática Financeira maternidade Mecânica Mecânica dos Fluidos Mecatrônica Medicina Medicina Esportiva Medicina Veterinária Meio Ambiente Mel melanoma Memória memorização Mente Mercado de Trabalho mercosul Mestrado meteorologia Metodologia Científica México Microbiologia Microsoft Mídia Social Militar Mineralogia Mistério MIT Mitologia Mobilidade Mobilidade Urbana MonaVie Montanhismo Moodle Mossad Motivação MSF Mudança Climática Mulher Multimídia museu Música MVC Nanotecnologia Nasa Natação Natal Natureza Negócios Neurociência Neurologia Nordeste Noruega notícias Novidades Novo Enem Números Nutrição Obama Obesidade Observatório da Imprensa Obstetrícia Oceanografia odontologia Offshore Leaks oftalmologia Olimpíadas oncologia ONU Opinião Óptica Oracle Oriente Médio Orkut Ornitologia ortografia Ortopedia ótica Otorrinolaringologia Paginadores paleontologia Paquistão Pará Paraguai parkinson Passeio virtual Patinação Pediatria Pensamentos performance Periférico Pesca Pesquisa Petição Petrobrás Petróleo Photoshop Pirataria planilha de custo Playstation 3 Plebiscito Pneumologia Podcast Poesia Poítica Política Portugal português Pós-graduação prazo médio Pré-sal Prêmio Nobel primatologia privacidade produtividade professor Hamilton Alves Programa Gratuito Programação Projeto Truco Promoção Propaganda Psicanálise Psicologia Psicologia Animal Psiquiatria Pública publicidade Publieditorial Quadrinhos Quads Qualidade Qualidade de Vida quimica química realidade aumentada realidade diminuída Realidade Virtual Reconhecimento de imagem Reconhecimento de voz Recorde Redação redes Referência Referendo Reforma Política Relacionamento Relações Internacionais Religião Responsabilidade Social Retrospectiva Rio 2016 Rio Grande do Norte Rio Grande do Sul robótica Roda Viva Roma roteiro RSA Rússia Samsung Sanitarismo Santa Catarina São Paulo saúde Savant Segunda Guerra Mundial Segurança Segurança da Informação Seleção Natural serviço Serviço Online Sexologia sexualidade Show SIGGRAPH Simulação Sismologia Sistema operacional Sistemas de Numeração Sites de Busca Sociedade Sociologia Software Software Livre Sol Sono Sony SOPA Suécia Sugestão de presentes Sun supercomputadores Sustentabilidade Tabagismo Talento precoce taxa de juros efetiva taxa de juros nominal Taxas Equivalentes Taxidermia Teatro Técnicas de Estudo Tecnologia Tecnologia da Informação TED TedMed TEDx Rio+20 TEDxAmazônia TEDxAsaSul Telefonia Televisão Temas Tempo Tendências Teologia teoria das supercordas Terremoto Terrorismo Testes Tipologia Tomada de Decisão tradução Trânsito transporte tributo Trigonometria Tubarão Turismo Tutorial Twitter UFG ufologia UFRJ universidade Urbanismo Urologia USP Utilidade Pública Utilitário Vale Vaticano Ventriloquismo Verão vestibular Vestimenta Vida Digital Vida Moderna Vida Selvagem Vídeo Videogame Vídeos Vídeos 360 Violência Vírus Visão Computacional Vôlei Vulcanologia Watergate Política Web 2.0 Web Application Web Semântica Web Seminar webdesign Webinar widget WikiLeaks Wikipedia Windows Xadrez YouTube Zoologia
false
ltr
item
Brasil Acadêmico Draft: O socialismo já existe,mas só para os ricos
O socialismo já existe,mas só para os ricos
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJUjlXGfCx-09b_iAqIEXhyN57dOjRPT5rRYp7EtKH6P90M47ipHjV0c1dsfJJQrPhw3LzveHEjEKyqmoCJ0Nu_CIVmWDwcdlT95znYq-s1MrTU9T1hflmfu4XPDxFv1DqoQ9qhiBrW0Q/s400/socialismo-alves-pag14-ok.jpg
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJUjlXGfCx-09b_iAqIEXhyN57dOjRPT5rRYp7EtKH6P90M47ipHjV0c1dsfJJQrPhw3LzveHEjEKyqmoCJ0Nu_CIVmWDwcdlT95znYq-s1MrTU9T1hflmfu4XPDxFv1DqoQ9qhiBrW0Q/s72-c/socialismo-alves-pag14-ok.jpg
Brasil Acadêmico Draft
https://draftbracad.blogspot.com/2015/01/o-socialismo-ja-existemas-so-para-os.html
https://draftbracad.blogspot.com/
http://draftbracad.blogspot.com/
http://draftbracad.blogspot.com/2015/01/o-socialismo-ja-existemas-so-para-os.html
true
7742307559183522523
UTF-8
Nenhuma artigo encontrado. VER TODOS Leia mais Responder Cancelar resposta Apagar Por Início PÁGINAS POSTS Ver Todos Indicado para você CATEGORIA ARQUIVO BUSCA TODOS ARTIGOS Nenhum artigo corresponde ao critério procurado Ir para Início Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez agora 1 minuto atrás $$1$$ minutes ago 1 hora atrás $$1$$ hours ago Ontem $$1$$ days ago $$1$$ weeks ago mais de 5 semanas atrás Seguidores Seguir Este conteúdo é PREMIUM Por favor, compartilhe para liberar Copiar todo o código Selecionar todo o código Todos os códigos foram copiados para o clipboard Can not copy the codes / texts, please press [CTRL]+[C] (or CMD+C with Mac) to copy