Os Estados Unidos vão iniciar uma aproximação “histórica” com Cuba para eventual restabelecimento das relações diplomáticas com o regime de ...
Os Estados Unidos vão iniciar uma aproximação “histórica” com Cuba para eventual restabelecimento das relações diplomáticas com o regime de Havana e alívio das sanções econômicas impostas desde 1962, anunciaram hoje (17) os presidentes Barack Obama e Raúl Castro.
Mais cedo, um alto funcionário da administração norte-americana disse que Washington vai reinstalar sua embaixada em Havana "nos próximos meses". As informações foram divulgadas após o anúncio da libertação do norte-americano Alan Gross, que estava detido há cinco anos em Cuba por espionagem.
Os dois presidentes conversaram ontem (16) por telefone. Estados Unidos e Cuba estão separados apenas por 150 quilômetros pelo Estreito da Florida e não têm relações diplomáticas oficiais desde 1961.
O embargo econômico, comercial e financeiro contra Cuba foi imposto pelos Estados Unidos em 1962, depois do fracasso da invasão à ilha, para tentar derrubar o regime de Fidel Castro em 1961, que ficou conhecida como o episódio da Baía dos Porcos.
A fonte norte-americana destacou que o papa Francisco e o Vaticano desempenharam papel fundamental como intermediários para a reaproximação entre os dois países. O papa também enviou carta com um apelo pessoal a Barack Obama e a Raúl Castro, e o Vaticano acolheu delegações dos dois países para finalizar a reaproximação.
Kirchner interrompe cúpula para anunciar reaproximação de Cuba e EUA
A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, interrompeu hoje (17) os discursos dos chefes de Estado na 47ª Reunião de Cúpula do Mercosul, para anunciar o restabelecimento das relações diplomáticas entre os Estados Unidos e Cuba, após mais de 50 anos.
Ela disse que a região estava vivendo um “momento histórico” e parabenizou o governo cubano, por ter “defendido seus ideais” e “mantido a dignidade”, apesar do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos há mais de meio século. Cristina Kirchner, anfitriã da cúpula do bloco, fez o anúncio logo depois do discurso de Dilma Rousseff.
Ao discursar, a presidenta brasileira fez uma homenagem ao presidente uruguaio, José Pepe Mujica, que entregará o cargo a seu sucessor, Tabaré Vasquez, no dia 1° de marco. Com lágrimas nos olhos, Dilma Rousseff disse que foi “um privilégio” tê-lo conhecido e manifestou seu “enorme agradecimento” por ter contado com a colaboração dele enquanto estava à frente do governo uruguaio.
“Seu legado foi sempre uma inspiração para todos nós”, disse a presidenta, fazendo com que todos os chefes de governo presentes se levantassem para aplaudir Mujica.
“Não nasci presidente, mas sou um trabalhador social”, respondeu o presidente do Uruguai. Em seu discurso, Mujica defendeu não apenas o fortalecimento da integração regional, como também a relação do Mercosul com a China.
Depois de assumir a presidência pro tempore do Mercosul, Dilma Rousseff disse que achou fantástica a retomada das relações entre Estados Unidos e Cuba, e vê na reaproximação "um marco nas relações aqui na nossa região, mas, sobretudo, no mundo, porque acredito que a possibilidade de relacionamento, o fim do bloqueio, o fato de que Cuba tem hoje condições plenas de conviver na comunidade internacional, é algo extremamente relevante para o povo cubano e, acredito, para toda a América Latina".
Ela externou cumprimento especial aos presidentes de Cuba e dos Estados Unidos pelas "confluências de interesses", e saudou o papa Francisco, que "parece ter sido, por trás de tudo, o grande fator de aproximação". Dilma se disse ainda "muito feliz", porque toda a política do governo brasileiro tem sido no sentido de enfatizar, "não só do ponto de vista retórico, mas com ações concretas, a forma pela qual Cuba tem que ser integrada". Ela lembrou que o criticado financiamento brasileiro ao Porto de Mariel, na campanha eleitoral, "mostra hoje a sua importância para toda a região e para o Brasil, na medida em o porto é estratégico, pela sua proximidade com os Estados Unidos".
A presidenta brasileira está confiante quanto aos destinos do Mercosul, e repetiu o presidente uruguaio ao mencionar que "ou estamos juntos ou estamos vencidos". Estamos juntos, disse ela, e "vamos reforçar nossas relações aduaneiras, reformar nossas relações em infraestrutura e ampliar o desenvolvimento com integração produtiva; sobretudo de crescimento com distribuição e justiça social para nosso povo".
Ao saudar novamente a reaproximação EUA-Cuba, Dilma desejou que o fato sirva de exemplo para o resto do mundo, e disse que "vivemos em um hemisfério especial, e nós da América do Sul estamos em paz há 120 anos. Resolvemos nossos conflitos por meio do diálogo".
Fonte: Agência Brasil
[Via BBA]
Mais cedo, um alto funcionário da administração norte-americana disse que Washington vai reinstalar sua embaixada em Havana "nos próximos meses". As informações foram divulgadas após o anúncio da libertação do norte-americano Alan Gross, que estava detido há cinco anos em Cuba por espionagem.
Os dois presidentes conversaram ontem (16) por telefone. Estados Unidos e Cuba estão separados apenas por 150 quilômetros pelo Estreito da Florida e não têm relações diplomáticas oficiais desde 1961.
Obama e (Raúl) Castro anunciaram a aproximação simultaneamente. |
A fonte norte-americana destacou que o papa Francisco e o Vaticano desempenharam papel fundamental como intermediários para a reaproximação entre os dois países. O papa também enviou carta com um apelo pessoal a Barack Obama e a Raúl Castro, e o Vaticano acolheu delegações dos dois países para finalizar a reaproximação.
Obama destacou a importância da atuação do Papa Francisco. |
A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, interrompeu hoje (17) os discursos dos chefes de Estado na 47ª Reunião de Cúpula do Mercosul, para anunciar o restabelecimento das relações diplomáticas entre os Estados Unidos e Cuba, após mais de 50 anos.
Será que os chargistas terão que mudar o tema? |
Ela disse que a região estava vivendo um “momento histórico” e parabenizou o governo cubano, por ter “defendido seus ideais” e “mantido a dignidade”, apesar do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos há mais de meio século. Cristina Kirchner, anfitriã da cúpula do bloco, fez o anúncio logo depois do discurso de Dilma Rousseff.
Ao discursar, a presidenta brasileira fez uma homenagem ao presidente uruguaio, José Pepe Mujica, que entregará o cargo a seu sucessor, Tabaré Vasquez, no dia 1° de marco. Com lágrimas nos olhos, Dilma Rousseff disse que foi “um privilégio” tê-lo conhecido e manifestou seu “enorme agradecimento” por ter contado com a colaboração dele enquanto estava à frente do governo uruguaio.
A pressão que contou mesmo veio das empresa dos EEUU. |
“Seu legado foi sempre uma inspiração para todos nós”, disse a presidenta, fazendo com que todos os chefes de governo presentes se levantassem para aplaudir Mujica.
“Não nasci presidente, mas sou um trabalhador social”, respondeu o presidente do Uruguai. Em seu discurso, Mujica defendeu não apenas o fortalecimento da integração regional, como também a relação do Mercosul com a China.
Todo mundo de olho no mercado de 11 milhões ali ao lado da Flórida. |
Depois de assumir a presidência pro tempore do Mercosul, Dilma Rousseff disse que achou fantástica a retomada das relações entre Estados Unidos e Cuba, e vê na reaproximação "um marco nas relações aqui na nossa região, mas, sobretudo, no mundo, porque acredito que a possibilidade de relacionamento, o fim do bloqueio, o fato de que Cuba tem hoje condições plenas de conviver na comunidade internacional, é algo extremamente relevante para o povo cubano e, acredito, para toda a América Latina".
A ONU pode ter pedido 23 vezes o fim do bloqueio. Mas como o Google pediu uma vez... |
A presidenta brasileira está confiante quanto aos destinos do Mercosul, e repetiu o presidente uruguaio ao mencionar que "ou estamos juntos ou estamos vencidos". Estamos juntos, disse ela, e "vamos reforçar nossas relações aduaneiras, reformar nossas relações em infraestrutura e ampliar o desenvolvimento com integração produtiva; sobretudo de crescimento com distribuição e justiça social para nosso povo".
Ao saudar novamente a reaproximação EUA-Cuba, Dilma desejou que o fato sirva de exemplo para o resto do mundo, e disse que "vivemos em um hemisfério especial, e nós da América do Sul estamos em paz há 120 anos. Resolvemos nossos conflitos por meio do diálogo".
Fonte: Agência Brasil
[Via BBA]