Nessa palestra no TED em 2010, Sir Ken Robinson defende uma mudança radical das escolas padronizadas para um aprendizado personalizado — cri...
Nessa palestra no TED em 2010, Sir Ken Robinson defende uma mudança radical das escolas padronizadas para um aprendizado personalizado — criando condições nas quais os talentos naturais das crianças possam prosperar.
Estive aqui há quatro anos, e eu lembro, que naquele tempo, as palestram não eram colocadas no site; Acho que elas eram dadas aos TEDsters em uma caixa, uma caixa com DVDs, que eles colocavam em suas estantes, onde estão agora.
(Risos)
E na verdade o Chris me ligou uma semana após minha palestra e disse, "Vamos começar a colocá-las online. Podemos colocar a sua?" E eu disse, "Claro."
E quatro anos depois, como eu disse, ela foi vista por quatro ... Bem, ela foi baixada quatro milhões de vezes. Então suponho que possamos multiplicar isso por 20 ou algo assim para obter o número de pessoas que já viram-na. E como o Chris diz, há uma fome por meus vídeos.
(Risos)
(Aplausos)
... vocês não sentem?
(Risos)
Então, todo esse evento tem sido uma construção elaborada para que eu fizesse outra para vocês, então aqui está.
(Risos)
O Al Gore falou na TED Conference que eu falei quatro anos atrás e falou sobre a crise climática. E eu citei aquilo no fim da minha última palestra. Então eu quero continuar dali porque só tive 18 minutos, francamente. Então, como estava dizendo...
(Risos)
Percebam, ele está certo. Quero dizer, há uma séria crise climática, obviamente. E acho que se as pessoas não acreditam, elas deveriam sair mais. (Risos) Mas eu acredito que há uma segunda crise climática, que é tão severa quanto, que tem as mesmas origens, e que temos de lidar com a mesma urgência. E com isso quero dizer - e vocês devem dizer, a propósito, "Olha, estou bem, eu tenho uma crise climática; eu não necessariamente preciso de outra." Mas essa é uma crise, não de recursos naturais, apesar de acreditar que isso é verdade, mas de recursos humanos.
Acredito, fundamentalmente, assim como muitos palestrantes falaram nos últimos dias, que aproveitamos muito pouco dos nossos talentos. Muitas pessoas passam a vida inteira sem ter noção de que talentos podem ter, ou se tem algum para citar. Encontro todo tipo de pessoa que não acha que é realmente boa em algo.
Na verdade, eu meio que divido o mundo em dois grupos agora. Jeremy Bentham, o grande filósofo utilitário, pregou uma vez esse argumento. Ele disse,
(Risos)
Bem, eu divido.
(Risos)
Encontro todo tipo de pessoa que não gosta do que faz. Elas apenas vivem a vida seguindo em frente. Elas não sentem grande prazer do que fazem. Elas suportam, ao invés de aproveitar, e esperam pelo fim de semana. Mas também encontro pessoas que amam o que fazem e não se imaginam fazendo outra coisa. Se dissesse a elas, "Não faça mais isso," elas se perguntariam sobre o que você está falando. Porque isso não é o que elas fazem, mas quem elas são. Elas dizem, "Mas isso sou eu, você sabe. Seria estupidez abandonar isso, porque isso condiz com meu eu mais autêntico." E isso não é a verdade de muitas pessoas. De fato, pelo contrário, eu acho que é certamente uma minoria. E acho que há muitas
possíveis explicações para isso. E com destaque entre elas está a educação, porque a educação, de alguma maneira, desloca muitas pessoas de seus talentos natos. E recursos humanos são como os recursos naturais; estão freqüentemente enterrados bem fundo. Você tem de procurá-los. Eles não estão por aí na superfície. Você tem de criar circunstâncias para que eles se mostrem. E você deve imaginar que a educação seria a forma disso acontecer. Mas normalmente não é. Todo sistema de educação no mundo está sendo reformado nesse momento. E isso não é suficiente.
O que precisamos -- e essa palavra tem sido usada muitas vezes durante os últimos dias -- não é evolução, mas uma revolução na educação. Ela tem de ser transformada em outra coisa.
(Aplausos)
Um dos desafios reais é inovar fundamentalmente a educação. A inovação é árdua porque significa fazer algo que as pessoas não acham fácil na maior parte. Significa desafiar o que não valorizamos realmente, coisas que acreditamos serem óbvias. O grande problema para uma reforma ou transformação é a tirania do senso comum, coisas que o povo pensa, "Bem, isso não pode ser feito de outra maneira, porque essa é a maneira como é feito."
Eu me deparei recentemente com uma grande citação de Abraham Lincoln, quem eu penso que vocês gostariam que fosse citado agora. (Risos)
Ele disse isso em Dezembro de 1862 para o segundo encontro anual do congresso. Eu devo explicar que não tenho ideia do que estava acontecendo na época. Não ensinamos história americana na Grã-Bretanha. (Risos) Nós a suprimimos. Vocês sabem, essa é nossa política. (Risos)
Então, sem dúvida, algo fascinante estava acontecendo em Dezembro de 1862, o que os Americanos entre nós terão conhecimento.
Mas ele disse isso:
Eu amo isso. Não erguer para isso, mas com isso.
Eu amo essa palavra, "descativar."
Sabem o que significa? Que há idéias que todos nós somos cativos, que simplesmente não valorizamos como a ordem natural das coisas,a forma que elas são. E muitas de nossas idéias tem sido formadas, não para atender às circunstâncias desse século, mas para superar as circunstâncias de séculos anteriores. Mas nossas mentes ainda estão hipnotizadas por elas. E temos de nos descativar delas. Agora, é mais fácil falar do que fazer. É muito difícil saber, a propósito, o que você não valoriza E o motivo é que você nem percebe.
Então deixe-me perguntar algo que talvez vocês achem normal. Quantos aqui tem mais de 25 anos? Não é isso que acho que vocês não percebem. Tenho certeza que vocês já são familiarizados com isso. Tem alguém aqui com menos de 25? Ótimo. Agora, os que tem acima de 25, poderiam levantar as mãos se estiverem usando um relógio de pulso? É a grande maioria, não é? Pergunte à uma sala de adolescentes a mesma coisa. Eles não usam relógios de pulso. Não quero dizer que não podem ou não lhes permitem, eles apenas escolhem não usar. E o motivo é, como podem ver, nós fomos educados numa era pré-digital, nós com mais de 25. E então para nós, se quisermos saber as horas, temos de usar algo que nos diga. Crianças agora vivem em um mundo digitalizado, e as horas, para eles, está em todos os lugares. Eles não vêem motivo para isso. E, a propósito, vocês também não precisam usar; é apenas que vocês sempre usaram, e então mantêm o hábito. Minha filha nunca usa um relógio, minha filha Kate, que tem 20. Ela não vê por que o usar. E ela diz, "É um dispositivo com uma função." (Risos) "Tipo, quão chato é isso?" E eu digo, "Não, não, ele mostra a data também." (Risos) "Ele tem múltiplas funções."
Mas vejam, há coisas de que somos cativos na educação. Deixe-me lhes dar dois exemplos. Um deles é a idéia da linearidade, que começa aqui, e você vai por uma pista, e se fizer tudo certo, você vai se dar bem pelo resto de sua vida. Todos que falaram no TED nos disseram implicitamente, ou, às vezes, explicitamente, uma história diferente, que a vida não é linear, é orgânica. Criamos nossas vidas simbioticamente à medida que exploramos nossos talentos em relação às circunstâncias que eles ajudam a criar para nós. Mas vocês sabem, ficamos obcecados com essa narrativa linear. E provavelmente o ápice para a educação é chegar a uma universidade. Acho que estamos obcecados em colocar pessoas lá, alguns tipos de universidades. Não quero dizer que você não deve ir a uma, mas nem todos precisam ir, e nem todos precisam ir agora. Às vezes eles vão depois, não agora mesmo.
E eu estava em São Francisco algum tempo atrás dando alguns autógrafos. Havia esse rapaz comprando um livro, ele tinha cerca de 30 anos. E eu disse, "O que você faz?" E ele disse, "Sou bombeiro." E eu disse, "Há quanto tempo você é bombeiro?" Ele disse, "Sempre, sempre fui um bombeiro." E eu disse, "Bem, quando você decidiu ser?" Ele disse, "Quando criança." E disse, "Na verdade, isso era um problema para mim na escola, porque lá, todos queriam ser bombeiros." Ele disse, "Mas eu queria ser um bombeiro." E ele disse, "Quando cheguei ao ensino médio, meus professores não levavam a sério. Esse professor não levava a sério. Ele disse que eu estava desperdiçando a minha vida se eu escolhesse fazer isso, que eu poderia ir para universidades, deveria me tornar um profissional, que eu tinha grande potencial, e estava desperdiçando meu talento para fazer isso." E ele disse, "Foi humilhante porque ele disse isso na frente de todos da sala, e eu me senti horrível. Mas era o que eu queria e logo que sai da escola, eu me inscrevi nos bombeiros e fui aceito." E ele disse, "Sabe, estava pensando nesse cara recentemente, nesse professor, minutos atrás quando você estava falando," ele disse, "porque há seis meses, eu salvei a vida dele." (Risos) E ele disse, "Ele estava em um carro destroçado, e eu o tirei, lhe fiz reanimação cardíaca, e eu lhe salvei a vida." Ele disse, "Acho que ele me considera mais agora."
(Risos)
(Aplausos)
Vocês sabem, para mim, comunidades humanas dependem de uma diversidade de talentos, não de um conceito de habilidade. E no coração de nossos desafios -- (Aplausos) O coração do desafio é reconstituir nosso senso de habilidade e de inteligência. Essa coisa de linearidade é um problema.
Quando cheguei em Los Angeles cerca de nove anos atrás, eu me deparei com uma declaração política, muito bem intencionada, que dizia, "A universidade começa no jardim de infância." Não, ela não começa. (Risos) Não começa. Se tivéssemos tempo poderia discutir isso, mas não temos. (Risos) O jardim de infância começa no jardim de infância. (Risos) Um amigo meu disse uma vez, "Sabe, alguém de três anos não é metade de um de 6 anos." (Risos) (Aplausos) Eles têm 3 anos.
Mas como acabamos de ouvir na última sessão, há tanta competição agora para chegar ao jardim de infância, ao jardim de infância correto, que pessoas estão sendo entrevistadas aos três anos. Crianças sentando em frente a comitês indiferentes, vocês sabem, com seus currículos, (Risos) folheando-os e dizendo, "Bem, é isso?" (Risos) (Aplausos) "Você esteve por aí por 36 meses, e é isso?" (Risos) "Você não realizou nada, admita. Passou os primeiros seis meses mamando, como posso ver." (Risos) Vejam, é extravagante como uma concepção, mas isso atrai pessoas.
A outra grande questão é a conformidade. Construímos nossos sistemas educacionais no modelo de fast food. Isso é algo que Jamie Oliver falou outro dia. Vocês sabem, há dois modelos de qualide nos bufês. Um é fast food, no qual tudo é padronizado. O outro são coisas como restaurantes Zagat e Michelin, nos quais nada é padronizado, são adaptados às circunstâncias locais. E nos vendemos à um modelo de educação fast food. E ele está empobrecendo nosso espírito e nossas energias assim como o fast food está esgotando nossos corpos.
(Aplausos)
Eu acho que temos de reconhecer algumas coisas aqui. Uma é que o talento humano é tremendamente diverso. Pessoas têm diferentes aptidões. Eu percebi recentemente que me deram um violão quando era criança ao mesmo tempo em que Eric Clapton ganhou o seu. Vocês sabem, funcionou para ele, é tudo que direi. (Risos) De alguma forma, não deu para mim. Não conseguia fazer isso funcionar não importava a frequência ou a força que eu dedicava. Apenas não funcionava.
Mas não é apenas sobre isso. É sobre paixão. Frequentemente pessoas são boas em coisas com as quais não se importam. É sobre paixão, e o que excita nosso espírito e nossa energia. E se você faz o que ama, no que é bom, o tempo segue por um caminho totalmente diferente. Minha esposa acabou de escrever um romance, e eu acho que é um ótimo livro, mas ela desaparece por horas. Vocês sabem disso, se está fazendo algo que ama, uma hora parece cinco minutos. Se você está fazendo algo que não ressoa com seu espírito, cinco minutos parecem uma hora. E a razão pela qual muitas pessoas estão desistindo da educação é porque ela não alimenta seus espíritos, não alimenta suas energias ou suas paixões.
Então eu acho que temos de mudar as metáforas. Temos de ir de algo que é essencialmente um modelo industrial da educação, um modelo de manufaturas, que é baseado na linearidade e conformidade e agrupamento de pessoas. Temos de ir para um modelo que é mais baseado nos princípios da agricultura. Temos de reconhecer que a prosperidade humana não é um processo mecânico, mas orgânico. E não se pode prever o resultado do desenvolvimento humano; tudo que se pode fazer, assim como os fazendeiros, é criar condições nas quais eles vão começar a prosperar.
Então quando olhamos para reformas educacionais e transformações, não é como clonar um sistema. Há alguns ótimos como o KIPP, é um bom sistema. Há muitos grandes modelos. Isso é sobre adaptar às circunstâncias, e personalizar a educação para as pessoas as quais você está ensinando. E fazendo isso, acredito, que é a resposta para o futuro porque não é sobre dimensionar uma nova solução; é criar um movimento na educação no qual pessoas desenvolvem suas próprias respostas, mas com suporte externo baseado em um currículo personalizado.
Agora, nessa sala, há pessoas que representam recursos extraordinários nos negócios, na multimídia, na internet. Essas tecnologias, associadas com os talentos extraordinários de professores, fornecem uma oportunidade para revolucionar a educação. E eu encorajo vocês a se envolverem nisso porque é vital, não para nós, mas para o futuro de nossas crianças. Mas temos de mudar de um modelo industrial para um modelo agrícola, onde cada escola pode prosperar amanhã. É aí que as crianças experimentam a vida. Ou em casa, se for onde elas escolherem ser educadas com suas famílias ou amigos.
Tem ocorrido muitas conversas sobre sonhos ao longo dos últimos dias. E eu queria, rapidamente, apenas -- Fiquei emocionado pelas músicas da Natalie Merchant noite passado, recuperando velhos poemas. Eu queria ler um rápido, muito pequeno poema do W.B. Yeats, que alguns de vocês devem conhecer. Ele escreveu isso para seu amor, Maud Gonne, e ele estava lamentando o fato que ele não podia dar a ela o que ele pensava que ela queria dele. E ele diz, "Eu tenho outra coisa, mas pode não ser pra você."
Ele diz isso:
E todo dia, em qualquer lugar nossas crianças espalham seus sonhos sob nossos pés. E devemos caminhar delicadamente.
Obrigado.
(Aplausos)
Muito obrigado.
[Via BBA]
Estive aqui há quatro anos, e eu lembro, que naquele tempo, as palestram não eram colocadas no site; Acho que elas eram dadas aos TEDsters em uma caixa, uma caixa com DVDs, que eles colocavam em suas estantes, onde estão agora.
(Risos)
E na verdade o Chris me ligou uma semana após minha palestra e disse, "Vamos começar a colocá-las online. Podemos colocar a sua?" E eu disse, "Claro."
E quatro anos depois, como eu disse, ela foi vista por quatro ... Bem, ela foi baixada quatro milhões de vezes. Então suponho que possamos multiplicar isso por 20 ou algo assim para obter o número de pessoas que já viram-na. E como o Chris diz, há uma fome por meus vídeos.
(Risos)
(Aplausos)
... vocês não sentem?
(Risos)
Então, todo esse evento tem sido uma construção elaborada para que eu fizesse outra para vocês, então aqui está.
(Risos)
O Al Gore falou na TED Conference que eu falei quatro anos atrás e falou sobre a crise climática. E eu citei aquilo no fim da minha última palestra. Então eu quero continuar dali porque só tive 18 minutos, francamente. Então, como estava dizendo...
(Risos)
Percebam, ele está certo. Quero dizer, há uma séria crise climática, obviamente. E acho que se as pessoas não acreditam, elas deveriam sair mais. (Risos) Mas eu acredito que há uma segunda crise climática, que é tão severa quanto, que tem as mesmas origens, e que temos de lidar com a mesma urgência. E com isso quero dizer - e vocês devem dizer, a propósito, "Olha, estou bem, eu tenho uma crise climática; eu não necessariamente preciso de outra." Mas essa é uma crise, não de recursos naturais, apesar de acreditar que isso é verdade, mas de recursos humanos.
Acredito, fundamentalmente, assim como muitos palestrantes falaram nos últimos dias, que aproveitamos muito pouco dos nossos talentos. Muitas pessoas passam a vida inteira sem ter noção de que talentos podem ter, ou se tem algum para citar. Encontro todo tipo de pessoa que não acha que é realmente boa em algo.
Na verdade, eu meio que divido o mundo em dois grupos agora. Jeremy Bentham, o grande filósofo utilitário, pregou uma vez esse argumento. Ele disse,
Há dois tipos de pessoas nesse mundo, aquelas que dividem o mundo em dois tipos e aquelas que não dividem.
(Risos)
Bem, eu divido.
(Risos)
Encontro todo tipo de pessoa que não gosta do que faz. Elas apenas vivem a vida seguindo em frente. Elas não sentem grande prazer do que fazem. Elas suportam, ao invés de aproveitar, e esperam pelo fim de semana. Mas também encontro pessoas que amam o que fazem e não se imaginam fazendo outra coisa. Se dissesse a elas, "Não faça mais isso," elas se perguntariam sobre o que você está falando. Porque isso não é o que elas fazem, mas quem elas são. Elas dizem, "Mas isso sou eu, você sabe. Seria estupidez abandonar isso, porque isso condiz com meu eu mais autêntico." E isso não é a verdade de muitas pessoas. De fato, pelo contrário, eu acho que é certamente uma minoria. E acho que há muitas
possíveis explicações para isso. E com destaque entre elas está a educação, porque a educação, de alguma maneira, desloca muitas pessoas de seus talentos natos. E recursos humanos são como os recursos naturais; estão freqüentemente enterrados bem fundo. Você tem de procurá-los. Eles não estão por aí na superfície. Você tem de criar circunstâncias para que eles se mostrem. E você deve imaginar que a educação seria a forma disso acontecer. Mas normalmente não é. Todo sistema de educação no mundo está sendo reformado nesse momento. E isso não é suficiente.
A reforma não é útil mais, porque é apenas aperfeiçoar um modelo quebrado.
O que precisamos -- e essa palavra tem sido usada muitas vezes durante os últimos dias -- não é evolução, mas uma revolução na educação. Ela tem de ser transformada em outra coisa.
(Aplausos)
Um dos desafios reais é inovar fundamentalmente a educação. A inovação é árdua porque significa fazer algo que as pessoas não acham fácil na maior parte. Significa desafiar o que não valorizamos realmente, coisas que acreditamos serem óbvias. O grande problema para uma reforma ou transformação é a tirania do senso comum, coisas que o povo pensa, "Bem, isso não pode ser feito de outra maneira, porque essa é a maneira como é feito."
Eu me deparei recentemente com uma grande citação de Abraham Lincoln, quem eu penso que vocês gostariam que fosse citado agora. (Risos)
Ele disse isso em Dezembro de 1862 para o segundo encontro anual do congresso. Eu devo explicar que não tenho ideia do que estava acontecendo na época. Não ensinamos história americana na Grã-Bretanha. (Risos) Nós a suprimimos. Vocês sabem, essa é nossa política. (Risos)
Então, sem dúvida, algo fascinante estava acontecendo em Dezembro de 1862, o que os Americanos entre nós terão conhecimento.
Mas ele disse isso:
Os dogmas do passado quieto são inadequados para o presente turbulento. A ocasião está amontoada de dificuldades, e devemos nos erguer com a ocasião.
Eu amo isso. Não erguer para isso, mas com isso.
Como nosso caso é novo, devemos pensar de novas maneiras e agir de outros modos devemos nos descativar e então devemos salvar nosso país.
Eu amo essa palavra, "descativar."
Sabem o que significa? Que há idéias que todos nós somos cativos, que simplesmente não valorizamos como a ordem natural das coisas,a forma que elas são. E muitas de nossas idéias tem sido formadas, não para atender às circunstâncias desse século, mas para superar as circunstâncias de séculos anteriores. Mas nossas mentes ainda estão hipnotizadas por elas. E temos de nos descativar delas. Agora, é mais fácil falar do que fazer. É muito difícil saber, a propósito, o que você não valoriza E o motivo é que você nem percebe.
Então deixe-me perguntar algo que talvez vocês achem normal. Quantos aqui tem mais de 25 anos? Não é isso que acho que vocês não percebem. Tenho certeza que vocês já são familiarizados com isso. Tem alguém aqui com menos de 25? Ótimo. Agora, os que tem acima de 25, poderiam levantar as mãos se estiverem usando um relógio de pulso? É a grande maioria, não é? Pergunte à uma sala de adolescentes a mesma coisa. Eles não usam relógios de pulso. Não quero dizer que não podem ou não lhes permitem, eles apenas escolhem não usar. E o motivo é, como podem ver, nós fomos educados numa era pré-digital, nós com mais de 25. E então para nós, se quisermos saber as horas, temos de usar algo que nos diga. Crianças agora vivem em um mundo digitalizado, e as horas, para eles, está em todos os lugares. Eles não vêem motivo para isso. E, a propósito, vocês também não precisam usar; é apenas que vocês sempre usaram, e então mantêm o hábito. Minha filha nunca usa um relógio, minha filha Kate, que tem 20. Ela não vê por que o usar. E ela diz, "É um dispositivo com uma função." (Risos) "Tipo, quão chato é isso?" E eu digo, "Não, não, ele mostra a data também." (Risos) "Ele tem múltiplas funções."
Mas vejam, há coisas de que somos cativos na educação. Deixe-me lhes dar dois exemplos. Um deles é a idéia da linearidade, que começa aqui, e você vai por uma pista, e se fizer tudo certo, você vai se dar bem pelo resto de sua vida. Todos que falaram no TED nos disseram implicitamente, ou, às vezes, explicitamente, uma história diferente, que a vida não é linear, é orgânica. Criamos nossas vidas simbioticamente à medida que exploramos nossos talentos em relação às circunstâncias que eles ajudam a criar para nós. Mas vocês sabem, ficamos obcecados com essa narrativa linear. E provavelmente o ápice para a educação é chegar a uma universidade. Acho que estamos obcecados em colocar pessoas lá, alguns tipos de universidades. Não quero dizer que você não deve ir a uma, mas nem todos precisam ir, e nem todos precisam ir agora. Às vezes eles vão depois, não agora mesmo.
E eu estava em São Francisco algum tempo atrás dando alguns autógrafos. Havia esse rapaz comprando um livro, ele tinha cerca de 30 anos. E eu disse, "O que você faz?" E ele disse, "Sou bombeiro." E eu disse, "Há quanto tempo você é bombeiro?" Ele disse, "Sempre, sempre fui um bombeiro." E eu disse, "Bem, quando você decidiu ser?" Ele disse, "Quando criança." E disse, "Na verdade, isso era um problema para mim na escola, porque lá, todos queriam ser bombeiros." Ele disse, "Mas eu queria ser um bombeiro." E ele disse, "Quando cheguei ao ensino médio, meus professores não levavam a sério. Esse professor não levava a sério. Ele disse que eu estava desperdiçando a minha vida se eu escolhesse fazer isso, que eu poderia ir para universidades, deveria me tornar um profissional, que eu tinha grande potencial, e estava desperdiçando meu talento para fazer isso." E ele disse, "Foi humilhante porque ele disse isso na frente de todos da sala, e eu me senti horrível. Mas era o que eu queria e logo que sai da escola, eu me inscrevi nos bombeiros e fui aceito." E ele disse, "Sabe, estava pensando nesse cara recentemente, nesse professor, minutos atrás quando você estava falando," ele disse, "porque há seis meses, eu salvei a vida dele." (Risos) E ele disse, "Ele estava em um carro destroçado, e eu o tirei, lhe fiz reanimação cardíaca, e eu lhe salvei a vida." Ele disse, "Acho que ele me considera mais agora."
(Risos)
(Aplausos)
Vocês sabem, para mim, comunidades humanas dependem de uma diversidade de talentos, não de um conceito de habilidade. E no coração de nossos desafios -- (Aplausos) O coração do desafio é reconstituir nosso senso de habilidade e de inteligência. Essa coisa de linearidade é um problema.
Quando cheguei em Los Angeles cerca de nove anos atrás, eu me deparei com uma declaração política, muito bem intencionada, que dizia, "A universidade começa no jardim de infância." Não, ela não começa. (Risos) Não começa. Se tivéssemos tempo poderia discutir isso, mas não temos. (Risos) O jardim de infância começa no jardim de infância. (Risos) Um amigo meu disse uma vez, "Sabe, alguém de três anos não é metade de um de 6 anos." (Risos) (Aplausos) Eles têm 3 anos.
Mas como acabamos de ouvir na última sessão, há tanta competição agora para chegar ao jardim de infância, ao jardim de infância correto, que pessoas estão sendo entrevistadas aos três anos. Crianças sentando em frente a comitês indiferentes, vocês sabem, com seus currículos, (Risos) folheando-os e dizendo, "Bem, é isso?" (Risos) (Aplausos) "Você esteve por aí por 36 meses, e é isso?" (Risos) "Você não realizou nada, admita. Passou os primeiros seis meses mamando, como posso ver." (Risos) Vejam, é extravagante como uma concepção, mas isso atrai pessoas.
A outra grande questão é a conformidade. Construímos nossos sistemas educacionais no modelo de fast food. Isso é algo que Jamie Oliver falou outro dia. Vocês sabem, há dois modelos de qualide nos bufês. Um é fast food, no qual tudo é padronizado. O outro são coisas como restaurantes Zagat e Michelin, nos quais nada é padronizado, são adaptados às circunstâncias locais. E nos vendemos à um modelo de educação fast food. E ele está empobrecendo nosso espírito e nossas energias assim como o fast food está esgotando nossos corpos.
(Aplausos)
Eu acho que temos de reconhecer algumas coisas aqui. Uma é que o talento humano é tremendamente diverso. Pessoas têm diferentes aptidões. Eu percebi recentemente que me deram um violão quando era criança ao mesmo tempo em que Eric Clapton ganhou o seu. Vocês sabem, funcionou para ele, é tudo que direi. (Risos) De alguma forma, não deu para mim. Não conseguia fazer isso funcionar não importava a frequência ou a força que eu dedicava. Apenas não funcionava.
Mas não é apenas sobre isso. É sobre paixão. Frequentemente pessoas são boas em coisas com as quais não se importam. É sobre paixão, e o que excita nosso espírito e nossa energia. E se você faz o que ama, no que é bom, o tempo segue por um caminho totalmente diferente. Minha esposa acabou de escrever um romance, e eu acho que é um ótimo livro, mas ela desaparece por horas. Vocês sabem disso, se está fazendo algo que ama, uma hora parece cinco minutos. Se você está fazendo algo que não ressoa com seu espírito, cinco minutos parecem uma hora. E a razão pela qual muitas pessoas estão desistindo da educação é porque ela não alimenta seus espíritos, não alimenta suas energias ou suas paixões.
Então eu acho que temos de mudar as metáforas. Temos de ir de algo que é essencialmente um modelo industrial da educação, um modelo de manufaturas, que é baseado na linearidade e conformidade e agrupamento de pessoas. Temos de ir para um modelo que é mais baseado nos princípios da agricultura. Temos de reconhecer que a prosperidade humana não é um processo mecânico, mas orgânico. E não se pode prever o resultado do desenvolvimento humano; tudo que se pode fazer, assim como os fazendeiros, é criar condições nas quais eles vão começar a prosperar.
Então quando olhamos para reformas educacionais e transformações, não é como clonar um sistema. Há alguns ótimos como o KIPP, é um bom sistema. Há muitos grandes modelos. Isso é sobre adaptar às circunstâncias, e personalizar a educação para as pessoas as quais você está ensinando. E fazendo isso, acredito, que é a resposta para o futuro porque não é sobre dimensionar uma nova solução; é criar um movimento na educação no qual pessoas desenvolvem suas próprias respostas, mas com suporte externo baseado em um currículo personalizado.
Agora, nessa sala, há pessoas que representam recursos extraordinários nos negócios, na multimídia, na internet. Essas tecnologias, associadas com os talentos extraordinários de professores, fornecem uma oportunidade para revolucionar a educação. E eu encorajo vocês a se envolverem nisso porque é vital, não para nós, mas para o futuro de nossas crianças. Mas temos de mudar de um modelo industrial para um modelo agrícola, onde cada escola pode prosperar amanhã. É aí que as crianças experimentam a vida. Ou em casa, se for onde elas escolherem ser educadas com suas famílias ou amigos.
Tem ocorrido muitas conversas sobre sonhos ao longo dos últimos dias. E eu queria, rapidamente, apenas -- Fiquei emocionado pelas músicas da Natalie Merchant noite passado, recuperando velhos poemas. Eu queria ler um rápido, muito pequeno poema do W.B. Yeats, que alguns de vocês devem conhecer. Ele escreveu isso para seu amor, Maud Gonne, e ele estava lamentando o fato que ele não podia dar a ela o que ele pensava que ela queria dele. E ele diz, "Eu tenho outra coisa, mas pode não ser pra você."
Ele diz isso:
Tivera eu tecidos bordados do céu, envoltos com ouro e luz prateada, O azul e o turvo e os tecidos escuros da noite e da luz e da meia-luz, eu espalharia os tecidos sob seus pés; Mas eu, sendo pobre, tenho apenas meus sonhos; eu espalhei meus sonhos sob seus pés; Caminhe delicadamente porque você caminha sobre meus sonhos.
E todo dia, em qualquer lugar nossas crianças espalham seus sonhos sob nossos pés. E devemos caminhar delicadamente.
Obrigado.
(Aplausos)
Muito obrigado.
[Via BBA]