Composições cujo objetivo principal é executar o máximo de notas o possível e ainda sair algo minimamente audível do alto-falantes. Isso é o...
Composições cujo objetivo principal é executar o máximo de notas o possível e ainda sair algo minimamente audível do alto-falantes. Isso é o Black Midi.
Testar os limites. Essa parece mesmo ser uma das principais razões de existir da juventude (Por favor, não entreguem o controle de mísseis termonucleares ou aceleradores de partículas a alguém com menos de 21 anos. Grato).
Certa vez um amigo músico me disse que para tocar Tocatta e Fuga de Bach no piano era preciso dedos. Algo como compensar a necessidade de tocar uma décima nota pressionando duas teclas simultaneamente com um dos dedos.Mito ou não, essa técnica seria insuficiente para as dezenas de notas soadas simultaneamente de músicas como as que colocamos nesse post.
Essa composição com "apenas" 270 mil notas ilustra bem o conceito.
A onda de criar partituras tão repletas de símbolos musicais que sua impressão produziriam um borrão negro, cuja música produzida só poderia ser executada em computadores, recebeu a apropriada alcunha de Black Midi.
Midi é a sigla de Musical Instrument Digital Interface, um padrão técnico para comunicações de música digital entre instrumentos musicais, largamente usado nos computadores. Os arquivos Midi geralmente guardam comandos padronizados indicando elementos como altura, intensidade, duração, instrumento e outros parâmetros, ao invés de arquivar o som digitalmente (como o faz o MP3, por exemplo).
Usando o Midi, torna-se mais fácil editar e produzir partituras, a partir de programas especializados.
Segundo o Know Your Meme, o youtuber kakakakaito1998, subiu um vídeo em 2011 que exibia uma partitura com um grande número de notas sendo executada. Nos primeiros três anos o vídeo teve 100.000 visualizações e 290 comentários.
A partir daí, uma série de outros vídeos foram apresentados com black midis contendo cada vez mais notas musicais chegando a atingir a casa das milhões.
Uma aplicação mais séria para esse tipo de experimentação seria a "melhoria" dos estímulos sensoriais auditivos em jogos do tipo atire-em-tudo-que-se-mova. A trilha sonora combina bem com a saturação cromática psicodélica habitual e efeitos estroboscópicos nada recomendável para epiléticos.
Aliás, eu acho que isso sempre foi feito na indústria dos videogames, só não tinha esse nome afro-descendente. Eu mesmo produzia sons semelhantes brincando com laços e os comandos play e sound do BASIC do MSX na era pré-internet.
Naquela época eu me sentia o próprio Kraftwerk gerando efeitos sonoros fliperâmicos. Hoje temos inúmeros aplicativos para edição de partituras com consequente gravação de arquivo com extensão mid. Até mesmo online e gratuitos.
Com tanta facilidade, o maior desafio para blackers agora é fazer com que suas obesas composições façam sentido e sejam agradáveis. Ou seja, depois da quantidade, a qualidade.
Fonte: Know Your Meme, Wikipedia, Dermetabolist
[Via BBA]
Testar os limites. Essa parece mesmo ser uma das principais razões de existir da juventude (Por favor, não entreguem o controle de mísseis termonucleares ou aceleradores de partículas a alguém com menos de 21 anos. Grato).
Certa vez um amigo músico me disse que para tocar Tocatta e Fuga de Bach no piano era preciso dedos. Algo como compensar a necessidade de tocar uma décima nota pressionando duas teclas simultaneamente com um dos dedos.
A onda de criar partituras tão repletas de símbolos musicais que sua impressão produziriam um borrão negro, cuja música produzida só poderia ser executada em computadores, recebeu a apropriada alcunha de Black Midi.
Midi é a sigla de Musical Instrument Digital Interface, um padrão técnico para comunicações de música digital entre instrumentos musicais, largamente usado nos computadores. Os arquivos Midi geralmente guardam comandos padronizados indicando elementos como altura, intensidade, duração, instrumento e outros parâmetros, ao invés de arquivar o som digitalmente (como o faz o MP3, por exemplo).
Pode-se dizer que o Midi está para os arquivos de imagens vetoriais assim como o MP3 está para os arquivos de imagens matriciais.
Usando o Midi, torna-se mais fácil editar e produzir partituras, a partir de programas especializados.
Segundo o Know Your Meme, o youtuber kakakakaito1998, subiu um vídeo em 2011 que exibia uma partitura com um grande número de notas sendo executada. Nos primeiros três anos o vídeo teve 100.000 visualizações e 290 comentários.
A partir daí, uma série de outros vídeos foram apresentados com black midis contendo cada vez mais notas musicais chegando a atingir a casa das milhões.
Uma aplicação mais séria para esse tipo de experimentação seria a "melhoria" dos estímulos sensoriais auditivos em jogos do tipo atire-em-tudo-que-se-mova. A trilha sonora combina bem com a saturação cromática psicodélica habitual e efeitos estroboscópicos nada recomendável para epiléticos.
Aliás, eu acho que isso sempre foi feito na indústria dos videogames, só não tinha esse nome afro-descendente. Eu mesmo produzia sons semelhantes brincando com laços e os comandos play e sound do BASIC do MSX na era pré-internet.
Naquela época eu me sentia o próprio Kraftwerk gerando efeitos sonoros fliperâmicos. Hoje temos inúmeros aplicativos para edição de partituras com consequente gravação de arquivo com extensão mid. Até mesmo online e gratuitos.
Com tanta facilidade, o maior desafio para blackers agora é fazer com que suas obesas composições façam sentido e sejam agradáveis. Ou seja, depois da quantidade, a qualidade.
Fonte: Know Your Meme, Wikipedia, Dermetabolist
[Via BBA]