Polícia canadense acusa jovens de distribuírem pedofilia em trágico caso de ciberbullying. Na Inglaterra, mensagens incentivando garota a da...
Polícia canadense acusa jovens de distribuírem pedofilia em trágico caso de ciberbullying. Na Inglaterra, mensagens incentivando garota a dar cabo da própria vida levou adolescente a se enforcar. Casos que devem servir de alerta aos pais.
Leah Parsons, mãe de Rehtaeh criou uma página de homenagem no Facebook em que conta a história da filha. Ela diz que a jovem foi estuprada em novembro de 2011 por quatro jovens na casa de um amigo.
Com a divulgação do conteúdo, praticamente todos os conhecidos de Rehtaeh passaram a marginalizá-la, segundo a mãe.
Depois de sair do hospital, a mãe diz que o bullying contra sua filha continuou.No texto, Leah acusa as investigações de não terem dado em nada e diz que a Justiça falhou.
Nesta sexta-feira (9), a polícia do Canadá acusou oficialmente dois jovens de distribuírem pornografia infantil. A jovem tentou se matar em março deste ano por causa da divulgação na internet de uma foto em que supostamente aparecia sendo estuprada aos 15 anos. Rehtaeh, 17 anos, morreu em abril, vítima de ferimentos causados pela tentativa de suicídio.
Roland Wells, superintendente da Real Polícia Montada do Canadá, afirmou que os acusados têm 18 anos (eles terão de se apresentar à Justiça na quinta-feira, dia 15). Os dois teriam distribuído fotos com pedofilia, e um deles também responderá pela produção desse conteúdo. Os acusados não foram identificados, pois eram menores de idade na época em que supostamente cometeram os crimes.
Até então, a polícia não havia acusado os jovens alegando falta de provas. Eles responderão na Justiça pela produção e distribuição de cenas pornográficas envolvendo uma menor de idade, mas não pelo suposto estupro.
Com a divulgação da imagem, Rehtaeh sofreu um constante assédio pela internet - desde propostas de relações sexuais com desconhecidos até insultos. Isso obrigou a vítima, que morava na pequena cidade canadense de Cole Harbour, a mudar de colégio. A jovem entrou em depressão e tentou se enforcar no banheiro da casa onde vivia com os pais.
O caso Hanna Smith
Na sexta-feira, 2, Hanna Smith, uma garota inglesa de 14 anos, foi encontrada enforcada por sua irmã de 16 anos. O pai de Hanna disse que a causa do suicídio foram sucessivos insultos feitos por pessoas por meio da rede social de perguntas Ask.fm.
As mensagens, cuja autoria é mantida em anonimato por padrão, diziam para a garota se matar. A empresa que controla o site disse que ajudará as autoridades na investigação do caso.
Ainda assim, em uma página no Facebook criada em homenagem à garota, algumas pessoas continuavam a menosprezá-la. "É covardia", escreveu um. "Uma maluca feia a menos no planeta", disse outro.
Algumas pessoas organizaram-se para boicotar a rede social. "Desabilite seu Ask.fm. Você também pode ser vítima de ofensas um dia. Precisamos reduzir o número de adolescentes que cometem suicídio. RIP Hannah", escreveu a usuária Sophie Muscat no Twitter.
Criado na Letônia, o site Ask.fm permite que usuários criem perfis públicos em que qualquer pessoa pode escrever -preferencialmente perguntas-, identificando-se ou não. Há uma opção "curtir" semelhante à do Facebook e ferramenta para seguir páginas.
Segundo o ranking Alexa, o site é o 139º mais visitado no mundo atualmente e o 73º mais popular no Brasil.
O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, declarou nesta quinta-feira (8) que internautas deveriam boicotar os sites que permitem o "bullying" virtual, como o Ask.fm.
Alguns anunciantes, como a ótica Specsavers, a Vodafone e a Save the Children, retiraram seu apoio ao Ask.fm, enquanto outros portais que incluem publicidade do site, como o domínio do jornal sensacionalista "The Sun", estão recebendo pressões para que também se afastem.
Os responsáveis pela Ask.fm, cuja base fica na Letônia, disseram em comunicado que "agiram imediatamente" para retirar os comentários ofensivos à adolescente e que ficarão "encantados de colaborar" na investigação aberta pela Polícia de Lecestershire (Inglaterra), de onde Hannah era originária.
O caso desta adolescente de 14 anos gerou debate no Reino Unido em um momento em que o Governo de coalizão entre conservadores e liberal-democratas vigiam de perto a atividade na internet e muito especialmente seu impacto em menores.
No dia 22 de julho, o Executivo anunciou que os provedores de internet no país bloquearão automaticamente o acesso a páginas pornográficas a seus clientes, que só poderão recebê-las se desativarem esses filtros, como medida para "proteger as crianças", segundo Cameron.
Fonte: UOL, Folha, G1
[Via BBA]
Página no Facebook em homenagem à Angel Rehtaeh. |
Leah Parsons, mãe de Rehtaeh criou uma página de homenagem no Facebook em que conta a história da filha. Ela diz que a jovem foi estuprada em novembro de 2011 por quatro jovens na casa de um amigo.
Um deles tirou uma foto dela sendo estuprada e decidiu que seria divertido distribuir a imagem para todos na escola e na comunidade de Rehtaeh, onde a foto se tornou viral [...]. A vítima do estupro foi considerada uma vagabunda. Aquele dia mudou para sempre a vida de nossa família. Parei de trabalhar naquele mesmo dia e vivemos essa jornada de tumulto emocional desde então.
Com a divulgação do conteúdo, praticamente todos os conhecidos de Rehtaeh passaram a marginalizá-la, segundo a mãe.
Ela teve de lutar emocionalmente contra a depressão e raiva. Seus pensamentos sobre suicídio começaram e, temendo por sua própria vida, ela se internou em um hospital na tentativa de conseguir ajuda. Ela ficou lá por quase seis semanas.
Depois de sair do hospital, a mãe diz que o bullying contra sua filha continuou.No texto, Leah acusa as investigações de não terem dado em nada e diz que a Justiça falhou.
Nesta sexta-feira (9), a polícia do Canadá acusou oficialmente dois jovens de distribuírem pornografia infantil. A jovem tentou se matar em março deste ano por causa da divulgação na internet de uma foto em que supostamente aparecia sendo estuprada aos 15 anos. Rehtaeh, 17 anos, morreu em abril, vítima de ferimentos causados pela tentativa de suicídio.
Roland Wells, superintendente da Real Polícia Montada do Canadá, afirmou que os acusados têm 18 anos (eles terão de se apresentar à Justiça na quinta-feira, dia 15). Os dois teriam distribuído fotos com pedofilia, e um deles também responderá pela produção desse conteúdo. Os acusados não foram identificados, pois eram menores de idade na época em que supostamente cometeram os crimes.
Até então, a polícia não havia acusado os jovens alegando falta de provas. Eles responderão na Justiça pela produção e distribuição de cenas pornográficas envolvendo uma menor de idade, mas não pelo suposto estupro.
Com a divulgação da imagem, Rehtaeh sofreu um constante assédio pela internet - desde propostas de relações sexuais com desconhecidos até insultos. Isso obrigou a vítima, que morava na pequena cidade canadense de Cole Harbour, a mudar de colégio. A jovem entrou em depressão e tentou se enforcar no banheiro da casa onde vivia com os pais.
O caso Hanna Smith
Na sexta-feira, 2, Hanna Smith, uma garota inglesa de 14 anos, foi encontrada enforcada por sua irmã de 16 anos. O pai de Hanna disse que a causa do suicídio foram sucessivos insultos feitos por pessoas por meio da rede social de perguntas Ask.fm.
Quantos outros adolescentes vão se matar por causa do abuso on-line antes que algo seja feito? Essas pessoas doentes podem esconder-se por trás de uma máscara de anonimato enquanto agridem vulneráveis adolescentes.Dave. Pai de Hannah Smith
As mensagens, cuja autoria é mantida em anonimato por padrão, diziam para a garota se matar. A empresa que controla o site disse que ajudará as autoridades na investigação do caso.
Frases disparadas contra Hanna no Ask.fm: "vá cometer suicídio, mas seja bem-sucedida por favor". |
Ainda assim, em uma página no Facebook criada em homenagem à garota, algumas pessoas continuavam a menosprezá-la. "É covardia", escreveu um. "Uma maluca feia a menos no planeta", disse outro.
Hanna Smith [Foto do Facebook] |
Criado na Letônia, o site Ask.fm permite que usuários criem perfis públicos em que qualquer pessoa pode escrever -preferencialmente perguntas-, identificando-se ou não. Há uma opção "curtir" semelhante à do Facebook e ferramenta para seguir páginas.
Segundo o ranking Alexa, o site é o 139º mais visitado no mundo atualmente e o 73º mais popular no Brasil.
O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, declarou nesta quinta-feira (8) que internautas deveriam boicotar os sites que permitem o "bullying" virtual, como o Ask.fm.
Alguns anunciantes, como a ótica Specsavers, a Vodafone e a Save the Children, retiraram seu apoio ao Ask.fm, enquanto outros portais que incluem publicidade do site, como o domínio do jornal sensacionalista "The Sun", estão recebendo pressões para que também se afastem.
Os responsáveis pela Ask.fm, cuja base fica na Letônia, disseram em comunicado que "agiram imediatamente" para retirar os comentários ofensivos à adolescente e que ficarão "encantados de colaborar" na investigação aberta pela Polícia de Lecestershire (Inglaterra), de onde Hannah era originária.
O caso desta adolescente de 14 anos gerou debate no Reino Unido em um momento em que o Governo de coalizão entre conservadores e liberal-democratas vigiam de perto a atividade na internet e muito especialmente seu impacto em menores.
No dia 22 de julho, o Executivo anunciou que os provedores de internet no país bloquearão automaticamente o acesso a páginas pornográficas a seus clientes, que só poderão recebê-las se desativarem esses filtros, como medida para "proteger as crianças", segundo Cameron.
Fonte: UOL, Folha, G1
[Via BBA]