Nunca poderia imaginar que o nome fruta do milagre estivesse relacionado a algo que mudasse profundamente o sabor dos alimentos. Se eu não...
Nunca poderia imaginar que o nome fruta do milagre estivesse relacionado a algo que mudasse profundamente o sabor dos alimentos.
Se eu não conhecesse o contexto poderia até achar que uma fruta que merecesse o adjetivo milagrosa deveria estar ligada ao combate à fome, desnutrição ou mesmo no combate a doenças que a medicina não conseguisse curar, como o câncer ou a AIDS.
Mas o fato é que o princípio ativo da fruta do milagre ou fruta milagrosa (como também é conhecida) recebe o sugestivo nome de miraculina, uma glicoproteína conhecida pela ciência desde a década de 1970, e é capaz de enganar nosso sentido do paladar a ponto de tornar doces e saborosos alimentos que normalmente fariam você fazer caretas.
Algumas teorias sugerem que o sabor doce nos causa prazer por que ele certamente nos levaria a uma fonte calórica (assim como o gosto da gordura) o que durante o processo evolutivo do homem foi muito importante pois na maior parte desse processo o alimento era escasso e de difícil obtenção. Assim, gostar de doce é uma característica humana apurada durante milhões de anos que nos ajudou a chegar até aqui.
Ocorre que hoje há mais obesos do que famintos no mundo, e esse nosso fraco por sabores calóricos é explorado à exaustão pela indústria alimentícia e nos torna presa fácil para os tubarões do fast food ávidos para que você tenha um lanche feliz com um brinquedinho de brinde.
É aí que entra a fruta milagrosa. Ao colocar a Synsepalum dulcificum, um frutinho vermelho nativo do oeste da África, na boca durante um minuto deixando ela se espalhar pela língua tudo que você provar que for azedo passa a parecer doce por cerca de uma hora.
Colocando de outra forma, essa fruta transforma o ácido em açúcar (pelo menos para o paladar). Segundo foi relatado no programa “Popular Science - The Future of Pleasure”, exibido no canal Science, essa frutinha era usada por mães, da região da África onde ela é produzida, nos seios para que seus filhos mamassem mais tempo. Também ocorrem até hoje, nos EUA, as “flavour tripping parties” ou “viagens do paladar”, festas onde os convidados usam a fruta para experimentarem ilusões gustativas onde vivenciam a mágica de transforma vinho em suco, ou comerem pimenta como se fosse um docinho. Não seria absurdo ouvir o seguinte diálogo no dia seguinte: - Querido, o que você comeu ontem na festa? - Foi tudo ótimo. Comi jalapeño, chupei limão e bebi vinagre. Aqui cabe um alerta, se você resolver experimentar saiba que os efeitos dos alimentos ácidos não passam por parecerem doces. É comum entre os participantes dessas festinhas acordarem com queimação e aftas no dia seguinte. Não deve ser recomendado para quem sofre de hemorroidas. Mas o efeito mais revolucionário dessa fruta, que pode ser considerado um verdadeiro milagre, é o fato dela possibilitar que alimentos considerados “sem graça”, como alguns legumes e verduras parecerem sobremesas apetitosas. O que de fato pode revolucionar o quadro de pandemia de obesidade visto hoje. Imagine comer brócolis com o mesmo entusiasmo que você comeria um sorvete. Isso pode se tornar realidade uma vez que cientistas já estudam formas de outros vegetais comestíveis manipulados artificialmente passarem a produzir miraculina, tornando seus sabores muito mais atraente.
No Japão, onde a miraculina é liberada e há tabletes feitos com o pó da fruta, pesquisadores desenvolveram até uma alface geneticamente modificada com alto teor da substância. Pesquisadores da Universidade da Flórida, nos EUA, também conseguiram clonar o gene que codifica a miraculina em tomates e morangos transgênicos. Mas se o fruto é tão miraculoso, porque ainda não estamos todos usufruindo de seus benefícios? O fruto não é fácil de ser produzido em larga escala, pois cresce lentamente além de não poder ser misturado nos alimentos ou mesmo cozido. Mas parte da culpa desse fruto não estar popularizado hoje provavelmente deve-se a pressões exercidas pela indústria do açúcar e do adoçante. Nos anos 1960, Robert Harvey, um estudante de pós-graduação biomédica, encontrou na baga do milagre, uma matéria-prima potencial para fazer produtos para diabéticos. Ele dizia:
Tel. (19) 3451-1221 fax. 3451-510
Tel.: (11) 3643-8776
www.ciprest.com.br
Fonte: Programa Popular Science - The Future of Pleasure. Como funciona a viagem do paladar - HSW, The miracle berry - BBC, Essa frutinha é um barato! - Estadão, Contra azedina, dá-lhe miraculina - Estadão, Fruta do milagre transforma gosto azedo em doce - G1 [Via BBA]
Se eu não conhecesse o contexto poderia até achar que uma fruta que merecesse o adjetivo milagrosa deveria estar ligada ao combate à fome, desnutrição ou mesmo no combate a doenças que a medicina não conseguisse curar, como o câncer ou a AIDS.
Mas o fato é que o princípio ativo da fruta do milagre ou fruta milagrosa (como também é conhecida) recebe o sugestivo nome de miraculina, uma glicoproteína conhecida pela ciência desde a década de 1970, e é capaz de enganar nosso sentido do paladar a ponto de tornar doces e saborosos alimentos que normalmente fariam você fazer caretas.
Algumas teorias sugerem que o sabor doce nos causa prazer por que ele certamente nos levaria a uma fonte calórica (assim como o gosto da gordura) o que durante o processo evolutivo do homem foi muito importante pois na maior parte desse processo o alimento era escasso e de difícil obtenção. Assim, gostar de doce é uma característica humana apurada durante milhões de anos que nos ajudou a chegar até aqui.
Ocorre que hoje há mais obesos do que famintos no mundo, e esse nosso fraco por sabores calóricos é explorado à exaustão pela indústria alimentícia e nos torna presa fácil para os tubarões do fast food ávidos para que você tenha um lanche feliz com um brinquedinho de brinde.
É aí que entra a fruta milagrosa. Ao colocar a Synsepalum dulcificum, um frutinho vermelho nativo do oeste da África, na boca durante um minuto deixando ela se espalhar pela língua tudo que você provar que for azedo passa a parecer doce por cerca de uma hora.
Colocando de outra forma, essa fruta transforma o ácido em açúcar (pelo menos para o paladar). Segundo foi relatado no programa “Popular Science - The Future of Pleasure”, exibido no canal Science, essa frutinha era usada por mães, da região da África onde ela é produzida, nos seios para que seus filhos mamassem mais tempo. Também ocorrem até hoje, nos EUA, as “flavour tripping parties” ou “viagens do paladar”, festas onde os convidados usam a fruta para experimentarem ilusões gustativas onde vivenciam a mágica de transforma vinho em suco, ou comerem pimenta como se fosse um docinho. Não seria absurdo ouvir o seguinte diálogo no dia seguinte: - Querido, o que você comeu ontem na festa? - Foi tudo ótimo. Comi jalapeño, chupei limão e bebi vinagre. Aqui cabe um alerta, se você resolver experimentar saiba que os efeitos dos alimentos ácidos não passam por parecerem doces. É comum entre os participantes dessas festinhas acordarem com queimação e aftas no dia seguinte. Não deve ser recomendado para quem sofre de hemorroidas. Mas o efeito mais revolucionário dessa fruta, que pode ser considerado um verdadeiro milagre, é o fato dela possibilitar que alimentos considerados “sem graça”, como alguns legumes e verduras parecerem sobremesas apetitosas. O que de fato pode revolucionar o quadro de pandemia de obesidade visto hoje. Imagine comer brócolis com o mesmo entusiasmo que você comeria um sorvete. Isso pode se tornar realidade uma vez que cientistas já estudam formas de outros vegetais comestíveis manipulados artificialmente passarem a produzir miraculina, tornando seus sabores muito mais atraente.
No Japão, onde a miraculina é liberada e há tabletes feitos com o pó da fruta, pesquisadores desenvolveram até uma alface geneticamente modificada com alto teor da substância. Pesquisadores da Universidade da Flórida, nos EUA, também conseguiram clonar o gene que codifica a miraculina em tomates e morangos transgênicos. Mas se o fruto é tão miraculoso, porque ainda não estamos todos usufruindo de seus benefícios? O fruto não é fácil de ser produzido em larga escala, pois cresce lentamente além de não poder ser misturado nos alimentos ou mesmo cozido. Mas parte da culpa desse fruto não estar popularizado hoje provavelmente deve-se a pressões exercidas pela indústria do açúcar e do adoçante. Nos anos 1960, Robert Harvey, um estudante de pós-graduação biomédica, encontrou na baga do milagre, uma matéria-prima potencial para fazer produtos para diabéticos. Ele dizia:
Você pode comer uma fruta [do milagre] e depois morder um limão. Ele se tornará não só mais doce, mas ele vai ser o melhor de limão que você provou em sua vida.Como o sabor adocicado proporcionado pela fruta não tinha os inconvenientes dos adoçantes de então, foi muito bem recebido.
Em testes de mercado, os diabéticos acharam que nosso produto, como o nome indica, era um milagre.O aconselhamento jurídico e contato com o FDA (Food and Drug administration, uma espécie de Anvisa dos EUA) levou Harvey a crer que o extrato da semente seria permitido sob a classificação "geralmente reconhecido como seguro". Uma vez que era comido antes das refeições durante séculos na África Ocidental, sem relatos de problemas. Mas a FDA decidiu que seria considerado como um aditivo que exigia testes por vários anos ainda. No clima econômico desfavorável de 1974, isso não poderia ser financiado e a empresa faliu. Alguns acontecimentos estranhos antes da decisão do FDA, como relatos de funcionários da empresa estarem sendo seguidos e da empressa ter sido assaltada com a pasta com assuntos relativos ao FDA ser alvo dos assaltantes, são indícios de que a empresa de Harvey estaria incomodando. Hoje outras empresas tentam trilhar o mesmo caminho da Miralin, mas os benefícios já poderiam estar sendo colhidos desde os anos 1970. Onde encontrar (não nos responsabilizamos pelos pedidos, apenas publicamos o anúncio feito em sites e em outras publicações):
Fruta do Milagre [Fazenda Citra/Divulgação] |
- Fazenda Citra
Tel. (19) 3451-1221 fax. 3451-510
- Frutícola Trindade (ou box do Makoto)
Tel.: (11) 3643-8776
- Ciprest
www.ciprest.com.br
Fonte: Programa Popular Science - The Future of Pleasure. Como funciona a viagem do paladar - HSW, The miracle berry - BBC, Essa frutinha é um barato! - Estadão, Contra azedina, dá-lhe miraculina - Estadão, Fruta do milagre transforma gosto azedo em doce - G1 [Via BBA]