Já discutimos aqui que cada busca feita via Google emite 7 gramas CO2 (dióxido de carbono). Acho maravilhosas as soluções tecnológicas vind...
Já discutimos aqui que cada busca feita via Google emite 7 gramas CO2 (dióxido de carbono). Acho maravilhosas as soluções tecnológicas vindas de Mountain View, Califórnia. Mas quero falar também do que ninguém quer ouvir.
Alex Wissner-Gross, um físico acadêmico de Harcard, certa vez quantificou a pegada de carbono que seria gerada a cada pesquisa feita no Google. Se considerarmos que o número de pesquisas feitas chega a 76,7 bilhões por mês (julho de 2009) temos 53.690 TONELADAS de CO2 emitidas mensalmente por conta dessas pesquisas. Isso parece limpo para você?
Pelo menos não está gastando papel. :-P
Agora, levando-se em conta que se investe pesado na migração das aplicações para a web. Desde sistemas operacionais até aplicações comerciais e pessoais. Vemos uma tendência das novas aplicações serem projetadas com um uso intensivo de AJAX, como nas sugestões de palavras a cada letra digitada em uma caixa de texto (ao colocarmos os critério em um campo de busca) e mais recentemente digitação com autocomplete do Google Scribe ou mesmo nas buscas preditivas feitas a cada caractere que enviamos do Google Instant.
Tudo, é claro, em nome da economia de tempo. Um recurso também escasso e sempre subaproveitado. Mas que justamente a busca pela perfeição na exploração desse recurso nos leva a um ritmo de trabalho e nível de competitividade que não nos permite desligar dos problemas e preocupações (estamos sempre conectados, lembra-se?) que termina por levar a uma perda da qualidade de vida e da saúde, especialmente a saúde mental.
A longo prazo, nem tão longo assim, essas soluções tecnológicas "neutras" acabam por nos fazer sacrificar horas de sono (quem pode dormir quando não se pode perder tempo nem digitando uma letra?), lazer, relacionamentos menos superficiais, etc.
Aí, o tempo economizado cortando uma conversa com um colega no trabalho, deixando de ter um filho (quem tem tempo para isso?) ou almoçar em casa com a família, observar alguma beleza natural (não esses jardins projetados por Burle Marx) como uma fruta com um buraquinho feito por um pássaro (e não um mamão geneticamente alterado), um pôr-do-sol (desculpe, esqueci que não podemos, estamos sem camada de ozônio), um post um pouco mais longo (está brincando, né?) ou um sorriso de uma criança (não mais que uns 3 segundos, ou já poderá levantar suspeita de pedofilia). Todas essas coisas simples da vida serão trocadas por terapias e antiansiolíticos que, seguramente, farão com que você perca um tempo precioso, gasto da pior forma possível.
Por falar em coisas que ninguém quer ouvir, o articulista John C. Dvorak, em sua coluna Mashup, na INFO, denuncia que os smartphones, o Twitter, os vídeos, redes peer-to-peer de download, Skype e suas variações, todas essas tecnologias são usadas fortemente o tempo todo. O que já estaria deixando a internet instável. E sem falar que a China ainda não usa a Grande Rede ostensivamente. É um web-apagão que se anuncia?
Quem dera que beber Coca-Cola fosse um remédio para obesidade.
Que sempre que meu screensaver entrasse em operação um faminto recebesse comida.
Que cada vez que eu acionasse a descarga, litros de água fossem purificados.
Que a cada busca na web uma árvore fosse plantada.
Que cada tiro dado em um game destruísse uma arma de verdade.
Que a cada pessoa liberta um radical livre fosse preso.
Que a minha diversão fosse meu trabalho bem remunerado.
Que a má-fé e a corrupção fossem coisas do passado.
Que a saúde fosse um direito garantido e respeitado.
Que a cada milha que eu deslocasse ganhasse pontos para gastar com bens.
Que o bom exemplo fosse algo a ser seguido.
Que eu orasse pedindo pelos anjos, pois o aqui estaria bem.
Que quando o gênio me concedesse três mil desejos,
Eu tivesse sabedoria para pedir.
Que fosse logo, fosse breve e fosse cedo.
Ainda que o tempo fosse meu amigo.
Alexandre Gomes
Para testar o Google Instant clique AQUI.
Fonte:
Mais da metade das pesquisas online são feitas em sites do Google - eBand
Alex Wissner-Gross, um físico acadêmico de Harcard, certa vez quantificou a pegada de carbono que seria gerada a cada pesquisa feita no Google. Se considerarmos que o número de pesquisas feitas chega a 76,7 bilhões por mês (julho de 2009) temos 53.690 TONELADAS de CO2 emitidas mensalmente por conta dessas pesquisas. Isso parece limpo para você?
Pelo menos não está gastando papel. :-P
Agora, levando-se em conta que se investe pesado na migração das aplicações para a web. Desde sistemas operacionais até aplicações comerciais e pessoais. Vemos uma tendência das novas aplicações serem projetadas com um uso intensivo de AJAX, como nas sugestões de palavras a cada letra digitada em uma caixa de texto (ao colocarmos os critério em um campo de busca) e mais recentemente digitação com autocomplete do Google Scribe ou mesmo nas buscas preditivas feitas a cada caractere que enviamos do Google Instant.
Tudo, é claro, em nome da economia de tempo. Um recurso também escasso e sempre subaproveitado. Mas que justamente a busca pela perfeição na exploração desse recurso nos leva a um ritmo de trabalho e nível de competitividade que não nos permite desligar dos problemas e preocupações (estamos sempre conectados, lembra-se?) que termina por levar a uma perda da qualidade de vida e da saúde, especialmente a saúde mental.
A longo prazo, nem tão longo assim, essas soluções tecnológicas "neutras" acabam por nos fazer sacrificar horas de sono (quem pode dormir quando não se pode perder tempo nem digitando uma letra?), lazer, relacionamentos menos superficiais, etc.
Aí, o tempo economizado cortando uma conversa com um colega no trabalho, deixando de ter um filho (quem tem tempo para isso?) ou almoçar em casa com a família, observar alguma beleza natural (não esses jardins projetados por Burle Marx) como uma fruta com um buraquinho feito por um pássaro (e não um mamão geneticamente alterado), um pôr-do-sol (desculpe, esqueci que não podemos, estamos sem camada de ozônio), um post um pouco mais longo (está brincando, né?) ou um sorriso de uma criança (não mais que uns 3 segundos, ou já poderá levantar suspeita de pedofilia). Todas essas coisas simples da vida serão trocadas por terapias e antiansiolíticos que, seguramente, farão com que você perca um tempo precioso, gasto da pior forma possível.
Por falar em coisas que ninguém quer ouvir, o articulista John C. Dvorak, em sua coluna Mashup, na INFO, denuncia que os smartphones, o Twitter, os vídeos, redes peer-to-peer de download, Skype e suas variações, todas essas tecnologias são usadas fortemente o tempo todo. O que já estaria deixando a internet instável. E sem falar que a China ainda não usa a Grande Rede ostensivamente. É um web-apagão que se anuncia?
Tecnotopia
Quem dera que beber Coca-Cola fosse um remédio para obesidade.
Que sempre que meu screensaver entrasse em operação um faminto recebesse comida.
Que cada vez que eu acionasse a descarga, litros de água fossem purificados.
Que a cada busca na web uma árvore fosse plantada.
Que cada tiro dado em um game destruísse uma arma de verdade.
Que a cada pessoa liberta um radical livre fosse preso.
Que a minha diversão fosse meu trabalho bem remunerado.
Que a má-fé e a corrupção fossem coisas do passado.
Que a saúde fosse um direito garantido e respeitado.
Que a cada milha que eu deslocasse ganhasse pontos para gastar com bens.
Que o bom exemplo fosse algo a ser seguido.
Que eu orasse pedindo pelos anjos, pois o aqui estaria bem.
Que quando o gênio me concedesse três mil desejos,
Eu tivesse sabedoria para pedir.
Que fosse logo, fosse breve e fosse cedo.
Ainda que o tempo fosse meu amigo.
Alexandre Gomes
Para testar o Google Instant clique AQUI.
Fonte:
Mais da metade das pesquisas online são feitas em sites do Google - eBand