Cleto Falcão, participante da cúpula da campanha presidencial de 1989, que elegeu Collor, abriu a caixa preta (que parece mais a Caixa de Pa...
Cleto Falcão, participante da cúpula da campanha presidencial de 1989, que elegeu Collor, abriu a caixa preta (que parece mais a Caixa de Pandora) e revelou ao repórter Geneton Moraes Neto detalhes que muitos gostariam de esquecer.
Vinte anos depois o falcão sai da toca e abre o bico novamente
Em uma entrevista reveladora dos bastidores e com uma certa mágoa de quem teve o tapete puxado, o ex-deputado Cleto Falcão diz por que (não) "traiu" Collor, votando pela sua cassação, depois de ser até líder do partido de Collor no Congresso.
Conta detalhes sobre a chamada República de Alagoas e conta indiscrições e minúcias sobre políticos e personalidades envolvidas na campanha e nos desdobramentos, como a cassação, e dá sua opinião sobre tudo, como o episódio da morte de PC Farias, o tesoureiro que acabou assassinado em circunstâncias que veio a resultar em uma CPI.
Em um encontro em São Paulo com Antônio Ermírio de Moraes, presidente do grupo Votorantim naquela ocasião, teria dito que Sarney o convidou para que Ermírio fosse candidato a presidente. Ermírio teria recusado pois retiraria votos do centro e da direita, eleitores de Collor, e que com isso estaria ajudando a eleger um "irresponsável" como o Leonel Brizola, e um "despreparado" como Lula. Preço que ele não estava disposto a pagar. Em seguida teria passado um cheque correspondendo a três milhões de dólares para PC Farias como uma contribuição do grupo Votorantim.
Conta que em um jantar em homenagem ao ex-presidente Jânio Quadros, Jânio, que queria sair candidato, teria dito a Collor, então com 39 anos, que ele seria muito novo para assumir o cargo. "Mas Jânio", disse Collor à época, "você tinha pouco mais de 40 anos quando foi eleito". No que Jânio retrucou quase profetizando, "E você viu a merda que deu." É. A história se repete mas a força dessa a história mal contada-tada-tada...
Uma das afirmações mais curiosas é a de que a decisão de colocar uma fita com a gravação de uma ex-namorada de Lula, Míriam Cordeiro, afirmando ter uma filha com o então candidato, o que destruiu Lula psicologicamente e politicamente, foi tomada devido ao desespero da cúpula da campanha com a ascensão nas pesquisas de Lula após o primeiro debate do segundo turno, onde Lula se saiu muito melhor.
Mas Collor também tinha um filho fora do casamento, que o PT por "incompetência" não conseguiu encontrar. Posteriormente Collor reconheceu o filho. Sinceramente, não me lembro de outro episódio mais baixo em campanhas políticas.
Principalmente para quem viveu aquela época, é imperdível. Acho que de dez em dez anos Cleto Falcão deve aparecer para comemorar a sua participação "republicana" na política nacional.
Fonte: Globo News, Alagoas 24 Horas
Em uma entrevista reveladora dos bastidores e com uma certa mágoa de quem teve o tapete puxado, o ex-deputado Cleto Falcão diz por que (não) "traiu" Collor, votando pela sua cassação, depois de ser até líder do partido de Collor no Congresso.
Para você Fernando. Com muito amor. E você sabe que é um amor de verdade.
Dedicatória de Zélia no livro Zélia, Uma Paixão para Fernando Collor. Segundo testemunho de Cleto Falcão.
Conta detalhes sobre a chamada República de Alagoas e conta indiscrições e minúcias sobre políticos e personalidades envolvidas na campanha e nos desdobramentos, como a cassação, e dá sua opinião sobre tudo, como o episódio da morte de PC Farias, o tesoureiro que acabou assassinado em circunstâncias que veio a resultar em uma CPI.
Aquela fase, em que o Collor foi presidente, só poderá ser bem contada quando acabarem os resquícios da emoção. Quando só sobrar a razão. Eu penso em escrever um livro sobre o período em que vivi, mas é necessário dar tempo para que os fatos percam a carga emotiva.
Cleto Falcão. Em outra entrevista em 2006.
Show do Milhão
Se você participar com um milhão você terá o direito de ser ouvido. Se você participar com dois milhões de dólares você, além de ser ouvido vai opinar. E se você entrar com três milhões você vai ser ouvido, vai opinar e vai indicar.
PC Farias. Dito aos capitães da indústria durante a arrecadação da campanha, segundo Cleto Falcão.
Em um encontro em São Paulo com Antônio Ermírio de Moraes, presidente do grupo Votorantim naquela ocasião, teria dito que Sarney o convidou para que Ermírio fosse candidato a presidente. Ermírio teria recusado pois retiraria votos do centro e da direita, eleitores de Collor, e que com isso estaria ajudando a eleger um "irresponsável" como o Leonel Brizola, e um "despreparado" como Lula. Preço que ele não estava disposto a pagar. Em seguida teria passado um cheque correspondendo a três milhões de dólares para PC Farias como uma contribuição do grupo Votorantim.
Sílvio Santos vem aí
O Collor ficou com ódio do pessoal que fez a armação e do Sílvio Santos que se submeteu a isso. Tanto é que, como presidente, recebeu o Sílvio Santos em uma audiência e soltou uma charada que claro que o Sílvio Santos entendeu. Na saída ele disse: "O senhor é muito bom para fazer um programa de auditório. Eu não saberia fazer um programa de auditório." Como quem diz, o senhor também não saberia ser presidente.
Cleto falcão. Sobre o episódio onde o empresário Sílvio Santos foi lançado como candidato.
Conta que em um jantar em homenagem ao ex-presidente Jânio Quadros, Jânio, que queria sair candidato, teria dito a Collor, então com 39 anos, que ele seria muito novo para assumir o cargo. "Mas Jânio", disse Collor à época, "você tinha pouco mais de 40 anos quando foi eleito". No que Jânio retrucou quase profetizando, "E você viu a merda que deu." É. A história se repete mas a força dessa a história mal contada-tada-tada...
E você viu a merda que deu.
Jânio Quadros. Sobre o que aconteceu por ter sido eleito presidente muito jovem (embora mais velho que Collor)
Uma das afirmações mais curiosas é a de que a decisão de colocar uma fita com a gravação de uma ex-namorada de Lula, Míriam Cordeiro, afirmando ter uma filha com o então candidato, o que destruiu Lula psicologicamente e politicamente, foi tomada devido ao desespero da cúpula da campanha com a ascensão nas pesquisas de Lula após o primeiro debate do segundo turno, onde Lula se saiu muito melhor.
Mas Collor também tinha um filho fora do casamento, que o PT por "incompetência" não conseguiu encontrar. Posteriormente Collor reconheceu o filho. Sinceramente, não me lembro de outro episódio mais baixo em campanhas políticas.
Principalmente para quem viveu aquela época, é imperdível. Acho que de dez em dez anos Cleto Falcão deve aparecer para comemorar a sua participação "republicana" na política nacional.
Fonte: Globo News, Alagoas 24 Horas
