Incomodado com outra pesquisa prevendo sua orkutização, Facebook responde com "estudo" prevendo a gamafilhoficação de Princeton. I...
Incomodado com outra pesquisa prevendo sua orkutização, Facebook responde com "estudo" prevendo a gamafilhoficação de Princeton.
Isto sim é ciência sem fronteira virtual. Primeiro, uma pesquisa britânica vaticinou que o Facebook já está morto e enterrado para os jovens. Depois, dois pesquisadores estudantes de Princeton, Joshua Spechler e John Cannarella, mostraram que o Facebook deverá perder 80% dos usuários em 2017. O estudo (Epidemiological modeling of online social network dynamics) fez uma analogia com padrões de epidemias para fazer essa previsão. Seria o Facebook uma praga?
De acordo com os pesquisadores, as redes sociais seguem padrões similares aos das epidemias para se difundirem pela internet e deixarem de ser relevantes (quando são erradicadas, para usar um termo da epidemiologia).
Devidamente adaptada, essa teoria se encaixa bem com o caso do MySpace, cujo apogeu se deu em 2008 e em apenas três anos, em 2011, já tinha sido abandonada por seus usuários. Assim, usando dados sobre popularidade disponibilizados publicamente pelo Google, eles concluíram que o ápice de popularidade do Facebook já aconteceu, foi em 2012, e provavelmente nos próximos anos sua decadência é inexorável.
O Facebook foi blazé, ou fingiu indiferença, na reação por meio do porta-voz que, no caso do primeiro estudo, disse para os seus acionistas que o relatório financeiro não provaria nada. E para o segundo caso fez declaração semelhante dizendo tratar-se de uma "bobagem".
Não obstante, resolveu sair da defensiva e partiu para o ataque fazendo sua própria pesquisa. Com a repercussão da notícia, a rede de Zuckerberg resolveu se vingar e publicar dados fazendo projeções sobre o declínio e o fechamento de Princeton, além de ironizar os métodos empregados pelos pesquisadores de lá.
Para isso, destacou seu cientista de dados Mike Develin, um brilhante matemático americano, nascido na Tasmânia, que entrou para Harvard aos 16 anos e se tornou PhD pela UC-Berkeley aos 22, com uma dissertação sobre Geometria Discreta. Ele ironizou a metodologia do estudo de Princeton em um "paper" publicado no facebook denominado "Desmascarando Princeton" (Debunking Princeton).
Espirituoso, ele ainda afirma que seu artigo ainda não fora revisado por pares, mas que likes serviriam como revisão (ao final, ele informa que ama Princeton e o ar, e que ele só queria demonstrar, de uma maneira divertida, que métodos científicos podem levar a conclusões malucas).
O que podemos inferir desse duelo de argumentação é que se ambos os estudos estiverem corretos, em 2021 Princeton cerrará suas portas. Mas você não saberá essa notícia pelo Facebook (whatsapp,talvez?). Inquerido sobre a rede que um dia imperou sobre a internet, talvez você dirá algo nostálgico como:
Talvez o sofisma por trás da brincadeira de Mike Develin é que o ar não depende do interesse direto dos seres humanos para continuar a existir, mas a universidade de Princeton e o Facebook, sim.
Mas uma coisa é certa, os dados sobre os usuários do Facebook estão sendo acompanhados muito de perto.
[Via BBA]
Isto sim é ciência sem fronteira virtual. Primeiro, uma pesquisa britânica vaticinou que o Facebook já está morto e enterrado para os jovens. Depois, dois pesquisadores estudantes de Princeton, Joshua Spechler e John Cannarella, mostraram que o Facebook deverá perder 80% dos usuários em 2017. O estudo (Epidemiological modeling of online social network dynamics) fez uma analogia com padrões de epidemias para fazer essa previsão. Seria o Facebook uma praga?
De acordo com os pesquisadores, as redes sociais seguem padrões similares aos das epidemias para se difundirem pela internet e deixarem de ser relevantes (quando são erradicadas, para usar um termo da epidemiologia).
Devidamente adaptada, essa teoria se encaixa bem com o caso do MySpace, cujo apogeu se deu em 2008 e em apenas três anos, em 2011, já tinha sido abandonada por seus usuários. Assim, usando dados sobre popularidade disponibilizados publicamente pelo Google, eles concluíram que o ápice de popularidade do Facebook já aconteceu, foi em 2012, e provavelmente nos próximos anos sua decadência é inexorável.
O Facebook foi blazé, ou fingiu indiferença, na reação por meio do porta-voz que, no caso do primeiro estudo, disse para os seus acionistas que o relatório financeiro não provaria nada. E para o segundo caso fez declaração semelhante dizendo tratar-se de uma "bobagem".
Curtidas nas páginas do Facebook das universidades de Princeton, Harvard e Yale. |
Não obstante, resolveu sair da defensiva e partiu para o ataque fazendo sua própria pesquisa. Com a repercussão da notícia, a rede de Zuckerberg resolveu se vingar e publicar dados fazendo projeções sobre o declínio e o fechamento de Princeton, além de ironizar os métodos empregados pelos pesquisadores de lá.
Percentual de publicações de Princeton. |
Como muitos de vocês, ficamos intrigados com um recente artigo de pesquisadores de Princeton prevendo o fim iminente do Facebook. De particular interesse foi o uso inovador de dados de pesquisa do Google para prever as tendências de engajamento, em vez de estudar os dados reais de engajamento. Usando a mesma metodologia robusta destacada no paper, buscou-se saber mais sobre esta "Universidade de Princeton" - e você não vai acreditar no que encontramos!Develin ainda brinca dizendo-se mais preocupado com o destino do Planeta do que com a Universidade de Nova Jersey. Uma vez que o interesse pelo termo "ar" também tem declinado consistentemente e, seguindo esse "princípio científico" de "correlação igual a causa" então estaríamos sem ar em 2060.
Espirituoso, ele ainda afirma que seu artigo ainda não fora revisado por pares, mas que likes serviriam como revisão (ao final, ele informa que ama Princeton e o ar, e que ele só queria demonstrar, de uma maneira divertida, que métodos científicos podem levar a conclusões malucas).
O que podemos inferir desse duelo de argumentação é que se ambos os estudos estiverem corretos, em 2021 Princeton cerrará suas portas. Mas você não saberá essa notícia pelo Facebook (whatsapp,talvez?). Inquerido sobre a rede que um dia imperou sobre a internet, talvez você dirá algo nostálgico como:
Facebook? Sim, eu me lembro. Eu participei durante um tempo até o traumático dia que minha mãe postou em meu mural que eu "devia parar de ficar enrolando no Facebook e ir estudar". Não sei se eu fui estudar, mas saí do Facebook naquele exato momento...
Talvez o sofisma por trás da brincadeira de Mike Develin é que o ar não depende do interesse direto dos seres humanos para continuar a existir, mas a universidade de Princeton e o Facebook, sim.
Mas uma coisa é certa, os dados sobre os usuários do Facebook estão sendo acompanhados muito de perto.
[Via BBA]