Tenho, ou pelo menos acho que ainda tenho, um número de celular do tempo que a Claro chamava Americel aqui em Brasília. Mas a Claro sumiu co...
Tenho, ou pelo menos acho que ainda tenho, um número de celular do tempo que a Claro chamava Americel aqui em Brasília. Mas a Claro sumiu com ele e me cobrou mais de R$ 2600 (!!!) na fatura. Estou quase um mês sem celular. Claro que nosso relacionamento acabou por aqui.
Operadoras de telefonia não são conhecidas por seu bom trato com o cliente. Mas eu não sou nenhum hater. Bati na porta de muitos fornecedores até cair nas graças da GVT (nem me fale em combo de TV por assinatura com VoIP, especialmente da NET, TV por assinatura para mim é a SKY). Oi e TIM vivem falando do seus planos maravilhosos, que você não paga isso, não paga aquilo, fala infinitamente, navega infinitamente. Mas até eu desdenhava seguindo o mantra que é mais fácil manter do que conquistar um novo cliente: Vou não, posso não... mas vamos aos fatos.
O caso, ou o ocaso, começou dia 26 de fevereiro quando fui a Anápolis (aprox. 150 km de Brasília) tratar de uma possível cirurgia bariátrica a qual possivelmente me submeteria por lá.
Pois lá chegando meu celular parou de funcionar, não recebendo nem fazendo ligações. Estranhei mas achei que deveria ser algum problema no roamming da Claro e que provavelmente estaria tudo resolvido ao retornar a Brasília.
Ledo engano. Ao retornar a Brasília o celular continuou exibindo um antipático ícone de proibido onde antes deveria mostrar a força do sinal.
Não me fiz de rogado, liguei para o número de atendimento da empresa. Lá uma mensagem solicita que digitemos o número do telefone sobre o qual desejamos o atendimento.
Lá fui eu discar o XXXX-6625, depois de navegar por opções e mais opções cheguei a um atendente (espera-se) humano. Explique o meu problema e ele achou tudo muito normal. Disse que iria enviar um comando remotamente para meu aparelho e que era necessário que ele estive sem os chips e sem bateria durante 4 horas. E assim foi feito.
Lamentavelmente, uouuou nada mudou. O ícone maledito ainda continuava me proibindo de ser feliz com minha conexão telefônica com o mundo. O Samsung Galaxy S dos sonhos de muitos era um surdo afônico que só não era mais inútil, além dos esforços da Claro em tirar Apps da Google, por eu ter acesso a uma Wifi que normalmente funciona (valeu, GVT) mesmo tendo que algumas vezes por dia ter que dar boot no roteador D-link (eu não sou nenhum hater, lembra?).
Liguei no atendimento novamente, mas agora foi diferente. Na hora de discar o número (XXXX-6625) uma voz eletrônica (acho) me informou que o número não conseguia ser encontrado. Pensei que talvez tivesse discado errado. Verifiquei no display no telefone, estava correto. Como tinha feito um dia antes. O mundo girou.
Mais um dia sem telefone, no dia primeiro, março, fui até a loja da Claro no Park Shopping. Um shopping muito grande e conhecido aqui no DF. Com uma loja que não podemos chamar de lojinha. Lá o Sr. S me atendeu e disse que eu não tinha nenhum XXXX-6625. Repare bem, ele não disse que o número foi cancelado, excluído, defenestrado, desintegrado etc. Para o Sr. S eu estava com algum problema, pois esse número nunca havia sido meu.
Claro(não gosto mais dessa palavra), evidente que estava com um problema. E ele estava materializado na minha frente na forma de um atendente que não tinha competência para me ajudar e um computador que ele não deixava que eu visse a tela (certamente para não ver o valor máximo de desconto na fatura que eles poderiam me dar :-P).
À esq., o resultado da busca pelo Gmail no Galaxy S da Claro. Nada aparece, diferentemente do aparelho da Vivo, à dir. [Info]
Aí ele ainda me informou de algo que a ele não impressionou, mas me deixou desconfiado de alguma invasão no sistema, clonagem de número etc. Havia um outro número no lugar do meu (como assim?). Segundo o maravilhoso sistema da Claro eu era possuidor de um outro número (XXXX-7132). Um número que eu nunca vi em minha vida.
Eu possuo outra linha na referida empresa (XXXX-5022). E essa linha fica com a minha esposa que estava me acompanhando e confirmando tudo o que eu disse (que o número era meu fazia muitos anos, que tinha dado problema há cerca de três dias etc). Aliás, essa linha também constava no sistema.
Talvez convencido que o sistema da Claro poderia não estar contando tudo, o Sr. S foi falar com seu superior. Após algum tempo (tempo suficiente para eu descobrir que o atendimento da Anatel não funciona a noite) Sr. S me apresentou uma proposta que me deixou emocionado:
Ao ver o conceito de "tudo resolvido" que o senhor S apresentava (o que de certa forma inspirou o título desse artigo) retruquei quase que no piloto automático:
Não sei se isso acendeu alguma luz que clarificou a mente do Sr. S. Mas ele imediatamente concordou comigo. Me disse que tudo que eu disse estava registrado no maravilhoso sistema da Claro, por sugestão minha ele leu para mim o resumo, e me deu um número de protocolo. Não sem antes me pedir que aguardasse 5 dias úteis para resolver o problema.
(Atualização: minha esposa lembra que ele não leu. A gente solicitou mas ele não leu e nem deixou que olhássemos o monitor. Só afirmou que tudo estava lá. Continuando...)
Cinco dias? Úteis? Para restaurar meu número de telefone? Achei muito. É como se o Google pedisse 5 horas para retornar o resultado de uma pesquisa. Pareceu tempo demais. No dia seguinte liguei para a Anatel e expliquei o caso. Me disseram que o tempo era esse mesmo e que eu aguardasse.
Nem registraram uma ocorrência nem nada. Parece que uma empresa de telefonia pode sumir com seu número a hora que quiser no Brasil e está tudo bem.
Lembram da minha cirurgia? Pois é, eu tive que me lembrar. Fazer uma dieta sem carboidratos, depois fazer uma dieta líquida durante dois dias. Precisava de paz, de preparo psicológico para despedir do meu estômago, precisava do meu celular funcionando para que os amigos e parentes pudessem me ligar. A Claro não. Essa não liga para mim.
Atualização: Não liga nem manda mensagens SMS. A última foi dia 25 de fevereiro (e também foi a última que recebi).
Fiquei sem as ligações dos amigos e conhecidos. Mas a paz e as ligações de parentes eu tive (e de quem sabia do celular de meus acompanhantes).
A minha cirurgia foi em um sábado, dia 12, março, já estava sem o telefone a 14 dias. Mas sempre carregando sua bateria e na esperança que o famigerado ícone da plaquinha de proibido sumisse. Ele estava lá, firme e forte. Mas aguentei firme e sem reclamar. Estava priorizando meu repouso e a lembrança da Claro só me trazia a imagem de um atendente me oferecendo um número que talvez algum bandido estivesse usando em troca do meu. Que talvez algum bandido também estivesse usando.
Depois desse tempo todo a certeza de que a Claro não ligava para mim era cada vez maior. Mas no dia 18, março, aleluia, a Claro ligou. Não para mim, mas para minha esposa. Claro, quero dizer, lógico que ela não ligou para mim, afinal eles confiscaram meu número. Mas ligaram para minha esposa e uma voz feminina disse que era da Claro e queria saber se o meu problema já tinha sido resolvido (quêÊ?). Minha esposa apenas disse que não e a voz feminina desligou sem dar maiores explicações. Como uma entidade, uma aparição, um mau agouro. Foi até bom que não tenham ligado para mim.
Mas o melhor (estou sendo irônico) ainda estava por vir, dia 21, março, chegou a minha fatura. Nela não só constava o tal número desconhecido (XXXX-7132) como apareceram mais três. É o milagre da multiplicação. Não resolveram o problema em cinco dias? O problema CRESCEU! E o valor também: R$ 2631,00. Sendo que o meu normal é ter contas girando em torno de R$ 200,00 (sim a Claro não é uma empresa necessariamente barateira).
Ok, acho que conseguiram finalmente me tirar do meu repouso pós-cirúrgico. Está certo que devido a problemas técnicos só me foi extirpada a vesícula biliar. Mas tive que voltar a dirigir. E a me estressar (por azar fui abrir o envelope com a tal fatura por volta da meia-noite, adeus noite de sono).
Só de praxe, liguei para a ANATEL que vive jurando que se ela quiser, aplica uma multa de até R$ 50 milhões nas operadoras (
Claro, quero dizer, é certo que o usuário não vê um puto dessa dinheirama). Mas quem costuma obter algum retorno concreto dessas empresas mesmo é o Procon. Então, recorri ao Procon.
No Procon, é bom ir cedo, lá tem fila para pegar senha. Mas é uma instituição que há muito tem o meu respeito (já a Claro...). O operador Sr. R intermediou meu contato com a Sra. F, representante da Claro (arf!), e ela teve a cara-de-pau de dizer que o protocolo foi aberto dia 19, março, (na verdade ela abriu internamente um novo prazo para atender o meu problema depois que me ligaram no dia 18, mas para o Procon eles contam essa história) e que ela não poderia cancelar débitos ou fazer nada antes de correr novos cinco dias úteis de prazo. Prazo que acabaria dia 25, março, data que coincidentemente iria vencer minha fatura (se eu fosse pagar, é
claro(ugh!)).
Claramente se lê: Data 01/3/11
Enquanto isso, minha esposa, que não estava de licença médica, teve que correr para tirar o pagamento da fatura do débito automático. Senão, era provável que minha conta ficasse sem fundos.
Claro, digo, é certo que eu não vou ficar mais nessa operadora. Que quase complica minha operação de vesícula (se eu tivesse uma hérnia por esforço, teria que entrar na faca novamente). Mas nem mudar de operadora estou podendo. Pois eu quero levar meu número usando o recurso da portabilidade (que bom que esse recurso não deixa mais que fiquemos amarrados em uma determinada operadora por causa do número).
Mas talvez eu nem tenha mais o número. Assim, pretendo esperar resolver o problema antes de deixar a Claro. Estou na briga. Um bezerro para não entrar e uma boiada para não sair. O Gaddafi vai desistir antes. Quem sabe a Claro ainda ligue para mim?
Claro. Escolha. Outra. >-(
Atualização (25/03/2011): O usuário do Twitter ClaroBlog parece querer entrar em contato. Mas a Claro tem meus contatos. Por que não liga?
Atualização (04/04/2010):
A coisa só "melhora". Pedi para desmembrar a parte da conta que eu reconhecia dever e a atendente me disse não ser possível. Mas me deu um número de protocolo para comprovar que eu fui lá.
Chegou essa fatura da Embratel com mais de 900 reais em ligações. Mais da metade ligações internacionais e nenhuma delas feitas por mim. Havia ligações para as Maldivas (acredito que seja um paraíso fiscal de lavagem de dinheiro), mas já fui na polícia civil procurar a delegacia de defraudações (quem sabe eles se interessariam em investigar) mas o atendente de lá me disse que isso era só um caso para a Decon (delegacia do consumidor), insisti um pouco mais não posso obrigá-lo (ele anda armado, sabe?) Ainda bem que a Decon ficasse no mesmo prédio.
Fui novamente à Claro ontem (03/04/2010) e a sra D., gerente, me disse que os números de celulares que estão associados à minha pessoa mudam sem parar. Que parecem que invadiram o sistema da Claro e portanto, vão pedir prioridade para meu caso.
E é claro (Ugh!), me deu mais um número de protocolo.
Parece estar codificado nesse papelote "Número Telefone Cancelado Indevido". Mim Tarzan! Mim gostar banana!
Mas não posso esquecer de mencionar que hoje (04/04/2011) a minha segunda linha está impossibilitada de uso. Pode ser um indício de que eles finalmente começaram a se mexer. Ou seja, piorou ainda mais a minha situação. :-P
Quase me esqueci, liguei novamente para a ANATEL, tive que relatar o resumo todo, e eles abriram mais dois protocolos (eles também adoram). Perguntei o que isso iria adiantar para mim e eles me disseram que A EMPRESA TINHA 5 DIAS PARA RESOLVER MEU PROBLEMA. Eu avisei que isso era um dejà vu, e eles me disseram que eu poderia procurar outras instâncias(!!!). Ou seja, dinheiro do contribuinte para sustentar essa agência é mais um escândalo que assola o país.
Os novos protocolos da ANATEL (apenas para registro):
4764912011 - Fatura
4765292011 - Telefone sem serviço
Últimos eventos:
29/03 - Recebimento da fatura da Embratel de R$937,97. Entre as ligações relacionadas havia cárias chamadas paras as ilhas Maldivas. Conhecido paraíso fiscal.
30/03 - Pedido de cancelamento de DDD e DDI para Embratel (do número que constava na fatura acima)
02/04 - Recebimentos de torpedos da Claro (com mensagens do tipo "Informação referente ao protocolo X", sem mais nenhuma informação (e a qualquer hora da madrugada).
03/04 - Novo protocolo da Claro (o gerente teve novamente toda a históia contada, inclusive dos torpedos recebidos dia 02/04. Novo protocolo de atendimento.
Bloqueio (não solicitado) pela Claro do número XXXX-5022. Envio de e-mail para os contatos dizendo que o telefone não estaria recebendo ligações por tempo indeterminado.
05/04 - Por sugestão de amigos (e do comentário abaixo do Felipe, thanx!) abri chamado pelo site da Anatel.
22/04 - Hoje chegou uma conta de (pasmem!) R$ 20.671,00 (É isso mesmo, vinte mil seiscentos e setenta e um reais).
29/04 - Sra. J me ligou (a ligação estava péssima, claro né?) a respeito de um protocolo da Anatel (porque protocolos abertos na Claro é que nem latir no deserto). Eu contei toda essa ladainha para ela e ela me disse que eu não me preocupasse com a conta de R$ 20k. E que a de R$ 2k baixaria para R$ 1.600 (???) Minha fineza Williankatiana me fez ser gentil e dizer apenas um "passar-bem" para a mocinha.
[Via BBA]
Operadoras de telefonia não são conhecidas por seu bom trato com o cliente. Mas eu não sou nenhum hater. Bati na porta de muitos fornecedores até cair nas graças da GVT (nem me fale em combo de TV por assinatura com VoIP, especialmente da NET, TV por assinatura para mim é a SKY). Oi e TIM vivem falando do seus planos maravilhosos, que você não paga isso, não paga aquilo, fala infinitamente, navega infinitamente. Mas até eu desdenhava seguindo o mantra que é mais fácil manter do que conquistar um novo cliente: Vou não, posso não... mas vamos aos fatos.
O caso, ou o ocaso, começou dia 26 de fevereiro quando fui a Anápolis (aprox. 150 km de Brasília) tratar de uma possível cirurgia bariátrica a qual possivelmente me submeteria por lá.
Pois lá chegando meu celular parou de funcionar, não recebendo nem fazendo ligações. Estranhei mas achei que deveria ser algum problema no roamming da Claro e que provavelmente estaria tudo resolvido ao retornar a Brasília.
Ledo engano. Ao retornar a Brasília o celular continuou exibindo um antipático ícone de proibido onde antes deveria mostrar a força do sinal.
Não me fiz de rogado, liguei para o número de atendimento da empresa. Lá uma mensagem solicita que digitemos o número do telefone sobre o qual desejamos o atendimento.
Lá fui eu discar o XXXX-6625, depois de navegar por opções e mais opções cheguei a um atendente (espera-se) humano. Explique o meu problema e ele achou tudo muito normal. Disse que iria enviar um comando remotamente para meu aparelho e que era necessário que ele estive sem os chips e sem bateria durante 4 horas. E assim foi feito.
Lamentavelmente, uouuou nada mudou. O ícone maledito ainda continuava me proibindo de ser feliz com minha conexão telefônica com o mundo. O Samsung Galaxy S dos sonhos de muitos era um surdo afônico que só não era mais inútil, além dos esforços da Claro em tirar Apps da Google, por eu ter acesso a uma Wifi que normalmente funciona (valeu, GVT) mesmo tendo que algumas vezes por dia ter que dar boot no roteador D-link (eu não sou nenhum hater, lembra?).
Liguei no atendimento novamente, mas agora foi diferente. Na hora de discar o número (XXXX-6625) uma voz eletrônica (acho) me informou que o número não conseguia ser encontrado. Pensei que talvez tivesse discado errado. Verifiquei no display no telefone, estava correto. Como tinha feito um dia antes. O mundo girou.
Mais um dia sem telefone, no dia primeiro, março, fui até a loja da Claro no Park Shopping. Um shopping muito grande e conhecido aqui no DF. Com uma loja que não podemos chamar de lojinha. Lá o Sr. S me atendeu e disse que eu não tinha nenhum XXXX-6625. Repare bem, ele não disse que o número foi cancelado, excluído, defenestrado, desintegrado etc. Para o Sr. S eu estava com algum problema, pois esse número nunca havia sido meu.
Aí ele ainda me informou de algo que a ele não impressionou, mas me deixou desconfiado de alguma invasão no sistema, clonagem de número etc. Havia um outro número no lugar do meu (como assim?). Segundo o maravilhoso sistema da Claro eu era possuidor de um outro número (XXXX-7132). Um número que eu nunca vi em minha vida.
Eu possuo outra linha na referida empresa (XXXX-5022). E essa linha fica com a minha esposa que estava me acompanhando e confirmando tudo o que eu disse (que o número era meu fazia muitos anos, que tinha dado problema há cerca de três dias etc). Aliás, essa linha também constava no sistema.
Talvez convencido que o sistema da Claro poderia não estar contando tudo, o Sr. S foi falar com seu superior. Após algum tempo (tempo suficiente para eu descobrir que o atendimento da Anatel não funciona a noite) Sr. S me apresentou uma proposta que me deixou emocionado:
O senhor (eu) não quer ficar com esse número (XXXX-7132) novo não? Aí já fica tudo resolvido.
Ao ver o conceito de "tudo resolvido" que o senhor S apresentava (o que de certa forma inspirou o título desse artigo) retruquei quase que no piloto automático:
Você acha que eu vou desistir de um número que eu tenho a quase uma década, que todos os meus contatos conhecem, para facilitar para Claro?
Não sei se isso acendeu alguma luz que clarificou a mente do Sr. S. Mas ele imediatamente concordou comigo. Me disse que tudo que eu disse estava registrado no maravilhoso sistema da Claro, por sugestão minha ele leu para mim o resumo, e me deu um número de protocolo. Não sem antes me pedir que aguardasse 5 dias úteis para resolver o problema.
(Atualização: minha esposa lembra que ele não leu. A gente solicitou mas ele não leu e nem deixou que olhássemos o monitor. Só afirmou que tudo estava lá. Continuando...)
Cinco dias? Úteis? Para restaurar meu número de telefone? Achei muito. É como se o Google pedisse 5 horas para retornar o resultado de uma pesquisa. Pareceu tempo demais. No dia seguinte liguei para a Anatel e expliquei o caso. Me disseram que o tempo era esse mesmo e que eu aguardasse.
Nem registraram uma ocorrência nem nada. Parece que uma empresa de telefonia pode sumir com seu número a hora que quiser no Brasil e está tudo bem.
Lembram da minha cirurgia? Pois é, eu tive que me lembrar. Fazer uma dieta sem carboidratos, depois fazer uma dieta líquida durante dois dias. Precisava de paz, de preparo psicológico para despedir do meu estômago, precisava do meu celular funcionando para que os amigos e parentes pudessem me ligar. A Claro não. Essa não liga para mim.
Fiquei sem as ligações dos amigos e conhecidos. Mas a paz e as ligações de parentes eu tive (e de quem sabia do celular de meus acompanhantes).
A minha cirurgia foi em um sábado, dia 12, março, já estava sem o telefone a 14 dias. Mas sempre carregando sua bateria e na esperança que o famigerado ícone da plaquinha de proibido sumisse. Ele estava lá, firme e forte. Mas aguentei firme e sem reclamar. Estava priorizando meu repouso e a lembrança da Claro só me trazia a imagem de um atendente me oferecendo um número que talvez algum bandido estivesse usando em troca do meu. Que talvez algum bandido também estivesse usando.
Depois desse tempo todo a certeza de que a Claro não ligava para mim era cada vez maior. Mas no dia 18, março, aleluia, a Claro ligou. Não para mim, mas para minha esposa. Claro, quero dizer, lógico que ela não ligou para mim, afinal eles confiscaram meu número. Mas ligaram para minha esposa e uma voz feminina disse que era da Claro e queria saber se o meu problema já tinha sido resolvido (quêÊ?). Minha esposa apenas disse que não e a voz feminina desligou sem dar maiores explicações. Como uma entidade, uma aparição, um mau agouro. Foi até bom que não tenham ligado para mim.
Mas o melhor (estou sendo irônico) ainda estava por vir, dia 21, março, chegou a minha fatura. Nela não só constava o tal número desconhecido (XXXX-7132) como apareceram mais três. É o milagre da multiplicação. Não resolveram o problema em cinco dias? O problema CRESCEU! E o valor também: R$ 2631,00. Sendo que o meu normal é ter contas girando em torno de R$ 200,00 (sim a Claro não é uma empresa necessariamente barateira).
Ok, acho que conseguiram finalmente me tirar do meu repouso pós-cirúrgico. Está certo que devido a problemas técnicos só me foi extirpada a vesícula biliar. Mas tive que voltar a dirigir. E a me estressar (por azar fui abrir o envelope com a tal fatura por volta da meia-noite, adeus noite de sono).
Se tivessem sido diligentes, o problema teria se resolvido logo no começo.
Só de praxe, liguei para a ANATEL que vive jurando que se ela quiser, aplica uma multa de até R$ 50 milhões nas operadoras (
Quero que fique esclarecido: O problema não é o sumiço da linha em si. O problema é o descaso.
No Procon, é bom ir cedo, lá tem fila para pegar senha. Mas é uma instituição que há muito tem o meu respeito (já a Claro...). O operador Sr. R intermediou meu contato com a Sra. F, representante da Claro (arf!), e ela teve a cara-de-pau de dizer que o protocolo foi aberto dia 19, março, (na verdade ela abriu internamente um novo prazo para atender o meu problema depois que me ligaram no dia 18, mas para o Procon eles contam essa história) e que ela não poderia cancelar débitos ou fazer nada antes de correr novos cinco dias úteis de prazo. Prazo que acabaria dia 25, março, data que coincidentemente iria vencer minha fatura (se eu fosse pagar, é
Enquanto isso, minha esposa, que não estava de licença médica, teve que correr para tirar o pagamento da fatura do débito automático. Senão, era provável que minha conta ficasse sem fundos.
Mas talvez eu nem tenha mais o número. Assim, pretendo esperar resolver o problema antes de deixar a Claro. Estou na briga. Um bezerro para não entrar e uma boiada para não sair. O Gaddafi vai desistir antes. Quem sabe a Claro ainda ligue para mim?
Claro. Escolha. Outra. >-(
Atualização (04/04/2010):
A coisa só "melhora". Pedi para desmembrar a parte da conta que eu reconhecia dever e a atendente me disse não ser possível. Mas me deu um número de protocolo para comprovar que eu fui lá.
Chegou essa fatura da Embratel com mais de 900 reais em ligações. Mais da metade ligações internacionais e nenhuma delas feitas por mim. Havia ligações para as Maldivas (acredito que seja um paraíso fiscal de lavagem de dinheiro), mas já fui na polícia civil procurar a delegacia de defraudações (quem sabe eles se interessariam em investigar) mas o atendente de lá me disse que isso era só um caso para a Decon (delegacia do consumidor), insisti um pouco mais não posso obrigá-lo (ele anda armado, sabe?) Ainda bem que a Decon ficasse no mesmo prédio.
Fui novamente à Claro ontem (03/04/2010) e a sra D., gerente, me disse que os números de celulares que estão associados à minha pessoa mudam sem parar. Que parecem que invadiram o sistema da Claro e portanto, vão pedir prioridade para meu caso.
E é claro (Ugh!), me deu mais um número de protocolo.
Mas não posso esquecer de mencionar que hoje (04/04/2011) a minha segunda linha está impossibilitada de uso. Pode ser um indício de que eles finalmente começaram a se mexer. Ou seja, piorou ainda mais a minha situação. :-P
Quase me esqueci, liguei novamente para a ANATEL, tive que relatar o resumo todo, e eles abriram mais dois protocolos (eles também adoram). Perguntei o que isso iria adiantar para mim e eles me disseram que A EMPRESA TINHA 5 DIAS PARA RESOLVER MEU PROBLEMA. Eu avisei que isso era um dejà vu, e eles me disseram que eu poderia procurar outras instâncias(!!!). Ou seja, dinheiro do contribuinte para sustentar essa agência é mais um escândalo que assola o país.
Os novos protocolos da ANATEL (apenas para registro):
4764912011 - Fatura
4765292011 - Telefone sem serviço
Últimos eventos:
29/03 - Recebimento da fatura da Embratel de R$937,97. Entre as ligações relacionadas havia cárias chamadas paras as ilhas Maldivas. Conhecido paraíso fiscal.
30/03 - Pedido de cancelamento de DDD e DDI para Embratel (do número que constava na fatura acima)
02/04 - Recebimentos de torpedos da Claro (com mensagens do tipo "Informação referente ao protocolo X", sem mais nenhuma informação (e a qualquer hora da madrugada).
03/04 - Novo protocolo da Claro (o gerente teve novamente toda a históia contada, inclusive dos torpedos recebidos dia 02/04. Novo protocolo de atendimento.
Bloqueio (não solicitado) pela Claro do número XXXX-5022. Envio de e-mail para os contatos dizendo que o telefone não estaria recebendo ligações por tempo indeterminado.
05/04 - Por sugestão de amigos (e do comentário abaixo do Felipe, thanx!) abri chamado pelo site da Anatel.
22/04 - Hoje chegou uma conta de (pasmem!) R$ 20.671,00 (É isso mesmo, vinte mil seiscentos e setenta e um reais).
29/04 - Sra. J me ligou (a ligação estava péssima, claro né?) a respeito de um protocolo da Anatel (porque protocolos abertos na Claro é que nem latir no deserto). Eu contei toda essa ladainha para ela e ela me disse que eu não me preocupasse com a conta de R$ 20k. E que a de R$ 2k baixaria para R$ 1.600 (???) Minha fineza Williankatiana me fez ser gentil e dizer apenas um "passar-bem" para a mocinha.
[Via BBA]
