O filme argentino ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro na 82ª cerimônia do Oscar é uma bela história com drama, romance, aventura p...
O filme argentino ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro na 82ª cerimônia do Oscar é uma bela história com drama, romance, aventura policial, humor e ainda nos convida a pensar sobre Direito e pena de morte.
Dirigido por Juan José Campanella, o filme é considerado o melhor trabalho do diretor. Por se passar em uma cena sulamericana, é mais fácil nos identificarmos com sua história do que com as megaproduções do hemisfério norte.
Classificado como um thriller policial, mas que vai bem além disso, a história fala de um crime não solucionado cometido há 25 anos e que atormenta o personagem Benjamín Espósito (Ricardo Darín).
Espósito é um funcionário público (ou servidor público, como modernamente denominamos no Brasil) retratado de modo bem mais realista do que na série de humor Os Aspones, da Rede Globo.
Realiza um burocrático e impessoal trabalho investigativo na repartição, onde esforçados estagiários sem muita noção de oportunidade são mal-tratados, o jogo de cintura na lida com a hierarquia é a habilidade mais valiosa, e chefes pragmáticos miram apenas nos resultados rápidos e politicamente interessantes. Sem necessariamente ser o melhor tratamento para a coisa pública.
Porém, um crime hediondo muda sua disposição para com seu trabalho. Um caso que normalmente seria apenas mais uma papelada a ser despachada. Espósito então fez o que pode arruinar uma promissora carreira naquele ambiente: Ele se importou.
Espósito não fechou os olhos diante de réus torturados para assumir a autoria de um crime não resolvidos. Inconformado, criou inimigos, angariou a simpatia de sua chefe e do marido da vítima, cooptou seu colega de trabalho alcóolatra, infringiu regras e descumpriu ordens, tudo com muita paixão e sem superpoderes hollywoodianos.
Com a ditadura argentina como pano de fundo, o filme exibe o quanto essa forma de poder é perniciosa para a sociedade produzindo injustiças que forçam homens de bem a adotarem uma vida clandestina e vingativa.
No filme a história é escrita pelo próprio Espósito, que tenta resgatar as memórias de um passado onde o amor, a amizade e a tragédia o exilara por décadas e o rebocara para um presente de assuntos inacabados.
Com ótimas atuações, uma maquiagem de envelhecimento indefectível e uma boa trama, O Segredo dos seus Olhos é tenso, psicológico e ainda levanta algumas questões sobre pena de morte, tortura, direitos humanos e prisão perpétua. Não deixe de ver e se emocionar.
Dirigido por Juan José Campanella, o filme é considerado o melhor trabalho do diretor. Por se passar em uma cena sulamericana, é mais fácil nos identificarmos com sua história do que com as megaproduções do hemisfério norte.
Classificado como um thriller policial, mas que vai bem além disso, a história fala de um crime não solucionado cometido há 25 anos e que atormenta o personagem Benjamín Espósito (Ricardo Darín).
Espósito é um funcionário público (ou servidor público, como modernamente denominamos no Brasil) retratado de modo bem mais realista do que na série de humor Os Aspones, da Rede Globo.
Realiza um burocrático e impessoal trabalho investigativo na repartição, onde esforçados estagiários sem muita noção de oportunidade são mal-tratados, o jogo de cintura na lida com a hierarquia é a habilidade mais valiosa, e chefes pragmáticos miram apenas nos resultados rápidos e politicamente interessantes. Sem necessariamente ser o melhor tratamento para a coisa pública.
Porém, um crime hediondo muda sua disposição para com seu trabalho. Um caso que normalmente seria apenas mais uma papelada a ser despachada. Espósito então fez o que pode arruinar uma promissora carreira naquele ambiente: Ele se importou.
Espósito não fechou os olhos diante de réus torturados para assumir a autoria de um crime não resolvidos. Inconformado, criou inimigos, angariou a simpatia de sua chefe e do marido da vítima, cooptou seu colega de trabalho alcóolatra, infringiu regras e descumpriu ordens, tudo com muita paixão e sem superpoderes hollywoodianos.
Com a ditadura argentina como pano de fundo, o filme exibe o quanto essa forma de poder é perniciosa para a sociedade produzindo injustiças que forçam homens de bem a adotarem uma vida clandestina e vingativa.
No filme a história é escrita pelo próprio Espósito, que tenta resgatar as memórias de um passado onde o amor, a amizade e a tragédia o exilara por décadas e o rebocara para um presente de assuntos inacabados.
Com ótimas atuações, uma maquiagem de envelhecimento indefectível e uma boa trama, O Segredo dos seus Olhos é tenso, psicológico e ainda levanta algumas questões sobre pena de morte, tortura, direitos humanos e prisão perpétua. Não deixe de ver e se emocionar.