Cientistas do MIT mostram que nossa noção do que é certo e errado pode ser alterada simplesmente através de interferência magnética em deter...
Cientistas do MIT mostram que nossa noção do que é certo e errado pode ser alterada simplesmente através de interferência magnética em determinada região do cérebro.
Em um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences foi empregado um campo magnético não-invasivo denominada estimulação magnética transcraniana (TMS) aplicado no couro cabeludo para produzir uma corrente em uma área do cérebro denominada junção temporo-parietal (TPJ) e pediram aos voluntários da pesquisa que lessem uma série de situações relativas a questões morais.
Estudos demonstram que a junção temporo-parietal direita, uma área do cérebro situada acima e atrás do ouvido direito, é normalmente ativada quando pensamos no resultado futuro de uma ação específica. Sendo uma importante região para a tomada de decisões morais.
Dois experimentos foram conduzidos. No primeiro, pediu-se aos participantes que preenchessem um questionário no qual tinham de julgar as ações dos personagens baseados em suas intenções após a junção temporo-parietal dos voluntários terem sido expostas a TMS por 25 minutos. No segundo, pediu-se que fizessem seus julgamentos enquanto submetidos a impulsos muito curtos (0,5 segundos) de interferência magnética.
Para exemplificar uma situação típica lida pelos voluntários havia o caso de um homem que deixava a namorada atravessar uma ponte que ele considerava insegura. Contudo ao atravessar a ponte nada aconteceu com a mulher.
Em outra questão uma mulher, chamada Grace, serve bebida para uma amiga após colocar um pó branco de uma lata com a inscrição "tóxico". Grace não sabia, mas a lata continha realmente açúcar inofensivo.
Depois de exposta uma situação, os cientistas pediam aos voluntários que avaliassem, numa escala de um ("absolutamente proibido") a sete ("absolutamente permitido"), o quanto as ações de Grace e dos outros personagens das situações expostas eram moralmente aceitáveis.
Os indivíduos do grupo de controle conseguiam julgar perfeitamente a moralidade e a nocividade dos personagens e suas ações. Enquanto que aqueles expostos ao campo magnético tendiam a considerar moralmente aceitáveis as tentativas frustradas de causar mal a outra pessoa. Ou seja, julgavam mais o resultado e não a intenção.
A pesquisa fornecerá elementos para entendermos como funciona nossa habilidade de inferir a intenção dos outros, habilidade essa conhecida como "teoria da mente".
Assim, sabemos que um homicídio doloso (com intenção de matar) é considerado mais grave do que um crime culposo (sem intenção de matar) mostrando na prática o quanto a intenção "pesa" nos julgamentos.
Fonte: MIT News, Correio Braziliense, PopSci
Em um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences foi empregado um campo magnético não-invasivo denominada estimulação magnética transcraniana (TMS) aplicado no couro cabeludo para produzir uma corrente em uma área do cérebro denominada junção temporo-parietal (TPJ) e pediram aos voluntários da pesquisa que lessem uma série de situações relativas a questões morais.
Estudos demonstram que a junção temporo-parietal direita, uma área do cérebro situada acima e atrás do ouvido direito, é normalmente ativada quando pensamos no resultado futuro de uma ação específica. Sendo uma importante região para a tomada de decisões morais.
Dois experimentos foram conduzidos. No primeiro, pediu-se aos participantes que preenchessem um questionário no qual tinham de julgar as ações dos personagens baseados em suas intenções após a junção temporo-parietal dos voluntários terem sido expostas a TMS por 25 minutos. No segundo, pediu-se que fizessem seus julgamentos enquanto submetidos a impulsos muito curtos (0,5 segundos) de interferência magnética.
Para exemplificar uma situação típica lida pelos voluntários havia o caso de um homem que deixava a namorada atravessar uma ponte que ele considerava insegura. Contudo ao atravessar a ponte nada aconteceu com a mulher.
Em outra questão uma mulher, chamada Grace, serve bebida para uma amiga após colocar um pó branco de uma lata com a inscrição "tóxico". Grace não sabia, mas a lata continha realmente açúcar inofensivo.
Depois de exposta uma situação, os cientistas pediam aos voluntários que avaliassem, numa escala de um ("absolutamente proibido") a sete ("absolutamente permitido"), o quanto as ações de Grace e dos outros personagens das situações expostas eram moralmente aceitáveis.
Os indivíduos do grupo de controle conseguiam julgar perfeitamente a moralidade e a nocividade dos personagens e suas ações. Enquanto que aqueles expostos ao campo magnético tendiam a considerar moralmente aceitáveis as tentativas frustradas de causar mal a outra pessoa. Ou seja, julgavam mais o resultado e não a intenção.
Você pensa da moralidade como sendo um comportamento de nível muito alto. Ser capaz de aplicar (um campo magnético) em uma região específica do cérebro e mudar o juízo moral das pessoas é realmente surpreendente.
Liane Young. Autora do artigo
A pesquisa fornecerá elementos para entendermos como funciona nossa habilidade de inferir a intenção dos outros, habilidade essa conhecida como "teoria da mente".
Assim, sabemos que um homicídio doloso (com intenção de matar) é considerado mais grave do que um crime culposo (sem intenção de matar) mostrando na prática o quanto a intenção "pesa" nos julgamentos.
Fonte: MIT News, Correio Braziliense, PopSci