Fazendo nosso Cultural Sampa Tour 2009 não pudemos deixar de ir ao tradicional bairro do Bixiga conhecer a expressão culinária de protesto c...
Fazendo nosso Cultural Sampa Tour 2009 não pudemos deixar de ir ao tradicional bairro do Bixiga conhecer a expressão culinária de protesto contra a esculhambação de nossa política e experimentamos a Pizza Sarney. Do pizzaiolo e restauranter Walter Taverna.
Depois que o Jornal do Comércio através do seu projeto Museu da Corrupção - Muco publicou a matéria sobre essa iguaria que representa que mais essa crise moral moral no Senado Federal vai acabar em pizza. Tivemos a oportunidade de provar esse prato que poderá suscitar análises mais profundas sobre o que ele simboliza.
Mas vamos contar nossa experiência de campo:
- A pizza Sarney não está no cardápio? - Indaguei curioso. Afinal, a pizza já tinha um certo apelo publicitário na blogosfera. Quem sabe isso não justificaria sua inclusão no menu da casa?
- Não. Essa pizza nunca entrará no cardápio. Mas se você quiser podemos montar uma para você. - disse a filha do proprietário que gerenciava o caixa enquanto conversávamos, com um certo tom de indignação, como se tivéssemos tocado em algum assunto desagradável. Me identifiquei como blogueiro e disse que se tratava de um post para o Brasil Acadêmico. Que havíamos conhecido a referida pizza pela web e gostaríamos que nos fosse servida uma.
A casa, embora antiga no bairro e sendo o proprietário dono de várias delas, não era luxuosa, parecia um negócio de família, de gente trabalhadora.
A pizza nos foi servida. Os óculos, feitos de pimentão, já foram separados em canto do prato (não aprecio muito). O bigode era feito de sardinha que estava um pouco salgada. Foi duro de engolir!!!
A massa bem assada coberta com queijo, azeitona (nossa versão tinha bem mais que na versão apresentada no MUCO) e aliche estavam bastante gostosa. Eu e minha acompanhante comemos quase todas as fatias. Convem ressaltar que essa pizza não foi criada para ser a mais saborosa. Lembre-se que ela foi idealizada para jamais constar no cardápio.
Seu Walter, um bom brasileiro, é citado no Congresso Nacional. "Por um mundo melhor."
Enquanto apreciávamos o prato ficamos sabendo que o próprio mentor daquela especialidade italiana queria nos conhecer, e nos sentimos muito honrados. Ele contou de suas proezas como ser o produtor do maior bolo do mundo (ofertado no aniversário da cidade de São Paulo), maior pão, maior pizza etc. Seu Walter é um antigo guardião da história dessa região de cantinas italianas e luta pela memória do local há trinta anos (apesar de ser conhecida como bairro do Bixiga, a região não consta no mapa administrativo da cidade, sendo o local pertencente ao setor Bela Vista, na região central).
Ao final pagamos os R$ 32,00 da pizza e ficou o consolo que pelo menos alguém (além de alguns políticos, é lógico) está lucrando com essa crise. Graziae di tutto signore Walter!
Para saber mais:
Museu da Corrupção Apresenta a Pizza Sarney - Blog Brasil Acadêmico
Guardião do Bixiga sugere roteiro de passeio a pé pelo bairro - G1
Depois que o Jornal do Comércio através do seu projeto Museu da Corrupção - Muco publicou a matéria sobre essa iguaria que representa que mais essa crise moral moral no Senado Federal vai acabar em pizza. Tivemos a oportunidade de provar esse prato que poderá suscitar análises mais profundas sobre o que ele simboliza.
Mas vamos contar nossa experiência de campo:
- A pizza Sarney não está no cardápio? - Indaguei curioso. Afinal, a pizza já tinha um certo apelo publicitário na blogosfera. Quem sabe isso não justificaria sua inclusão no menu da casa?
- Não. Essa pizza nunca entrará no cardápio. Mas se você quiser podemos montar uma para você. - disse a filha do proprietário que gerenciava o caixa enquanto conversávamos, com um certo tom de indignação, como se tivéssemos tocado em algum assunto desagradável. Me identifiquei como blogueiro e disse que se tratava de um post para o Brasil Acadêmico. Que havíamos conhecido a referida pizza pela web e gostaríamos que nos fosse servida uma.
A casa, embora antiga no bairro e sendo o proprietário dono de várias delas, não era luxuosa, parecia um negócio de família, de gente trabalhadora.
A pizza nos foi servida. Os óculos, feitos de pimentão, já foram separados em canto do prato (não aprecio muito). O bigode era feito de sardinha que estava um pouco salgada. Foi duro de engolir!!!
A massa bem assada coberta com queijo, azeitona (nossa versão tinha bem mais que na versão apresentada no MUCO) e aliche estavam bastante gostosa. Eu e minha acompanhante comemos quase todas as fatias. Convem ressaltar que essa pizza não foi criada para ser a mais saborosa. Lembre-se que ela foi idealizada para jamais constar no cardápio.
Enquanto apreciávamos o prato ficamos sabendo que o próprio mentor daquela especialidade italiana queria nos conhecer, e nos sentimos muito honrados. Ele contou de suas proezas como ser o produtor do maior bolo do mundo (ofertado no aniversário da cidade de São Paulo), maior pão, maior pizza etc. Seu Walter é um antigo guardião da história dessa região de cantinas italianas e luta pela memória do local há trinta anos (apesar de ser conhecida como bairro do Bixiga, a região não consta no mapa administrativo da cidade, sendo o local pertencente ao setor Bela Vista, na região central).
Ao final pagamos os R$ 32,00 da pizza e ficou o consolo que pelo menos alguém (além de alguns políticos, é lógico) está lucrando com essa crise. Graziae di tutto signore Walter!
Para saber mais:
Museu da Corrupção Apresenta a Pizza Sarney - Blog Brasil Acadêmico
Guardião do Bixiga sugere roteiro de passeio a pé pelo bairro - G1
